Costa Silva reitera Universidade do Atlântico nos Açores e rejeita mineração do mar

O ministro da Economia e do Mar rejeitou a mineração do mar profundo, dizendo que “isso está completamente afastado nas próximas décadas”: “Não sabemos muito bem como funciona o mar.”

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António Costa Silva, ministro da Economia e do Mar TIAGO PETINGA/Lusa

O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, reiterou esta quarta-feira a importância da criação de uma Universidade do Atlântico nos Açores para “atrair investigadores internacionais” e rejeitou a mineração do mar profundo.

Após uma audiência com o líder do Governo dos Açores na sede da Presidência em Ponta Delgada, o ministro voltou a defender a criação de uma Universidade do Atlântico, uma ideia que tinha avançado aquando da elaboração da Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica e Social de Portugal 2020-2030, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

“A Universidade do Atlântico é para atrair, sobretudo, grandes corporações internacionais, investigadores e universidades. Atrair o melhor que há no conhecimento científico para potenciar toda a investigação na área do Atlântico”, declarou hoje Costa Silva.

Segundo disse, aquela universidade estaria associada à Universidade dos Açores e a outras instituições nacionais e internacionais para “investigar os oceanos”, a “interacção com a atmosfera” e “posicionar o pensamento para o combate às alterações climáticas”. “Já temos grandes instituições científicas nos Açores. Os Açores são uma referência mundial na área da vulcanologia e investigação oceanográfica. Seria potenciarmos todo esse cluster”, destacou.

Considerando os Açores um “laboratório geológico”, o ministro do Governo socialista liderado por António Costa vincou a importância da ciência e da investigação para “construir um futuro diferente”. “[A Universidade do Atlântico] potenciaria o desenvolvimento e a investigação que hoje em dia é absolutamente vital. Nós sem compreendermos os oceanos não vamos ter saúde do planeta no futuro. Porque o futuro da saúde do planeta depende da saúde do oceano”, destacou.

Quando questionado, o ministro da Economia e do Mar rejeitou uma aposta na mineração do mar profundo. “A mineração do mar profundo não é uma questão que podemos colocar hoje, porque isso está completamente afastado nas próximas décadas. Nós não sabemos muito bem como funciona o mar. Conhecemos 5% do mar. Temos de conhecer as dinâmicas dos oceanos”, assinalou.

Na ocasião, o presidente do Governo Regional, o social-democrata José Manuel Bolieiro, lembrou a intenção de construir um porto espacial em Santa Maria para criar condições de “conhecer o espaço a partir da Terra”. Bolieiro evocou ainda o trabalho desenvolvido pelo Air Centre, na ilha Terceira, que permite “conhecer melhor a Terra a partir do espaço” e pelo Instituto Okeanos, da Universidade dos Açores, dedicado ao estudo do mar.

O líder do executivo regional (PSD/CDS-PP/PPM) reforçou ainda que a região pretende criar um centro de investigação na ilha do Faial, o Tecnopolo - Martec, e adquirir um novo navio científico, com recurso aos fundos do PRR.

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