Novo crédito à habitação volta a subir apesar do agravamento das taxas de juros

Empréstimo associados às taxas Euribor representaram 65% no primeiro semestre, seguindo o restante a taxas mistas ou fixas.

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A taxa de juro média registou um salto, de 1,07% para 1,26% em Maio, o valor mais elevado desde Julho de 2019 Nuno Ferreira Santos

Contrariando a expectativa de alguma redução, tendo em conta a subida das taxas de juro e os novos limites à duração dos contratos, os empréstimos à habitação voltaram a subir em Maio, totalizando 1519 milhões, mais 195 milhões de euros face a Abril e 205 milhões em termos homólogos. Em Abril, este tipo de crédito tinha descido face a Março, o que pode ser explicado em parte pela aceleração dos empréstimos antes da entrada das novas regras quanto à duração máxima dos contratos em função da idade dos particulares, que aconteceu nesse mês.

A taxa de juro média registou um salto, de 1,07% para 1,26% em Maio, o valor mais elevado desde Julho de 2019, segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP), que é bem mais significativo quando se compara com 0,83% verificado em Dezembro de 2021.

Para a progressão da taxa de juro média contribuiu a subidas das Euribor, em Maio, embora em valores inferiores aos actuais (o prazo a seis meses ainda estava negativo), e as taxas mistas e fixas.

De acordo com os novos dados que o supervisor passou a divulgar referentes ao primeiro semestre, 65% do montante de novos empréstimos à habitação foi contratado a taxa de juro até um ano, o que quer dizer que foram feitas a taxa variável, associados às taxas Euribor.

A taxa média destes empréstimos no semestre ficou em 0,74%, beneficiando das negativas em boa parte desse período. “O elevado peso deste segmento tem contribuído para a reduzida taxa de juro dos novos empréstimos à habitação em Portugal”, destaca o BdP.

Os contratos a taxa fixa entre um e cinco anos representaram 23% do total e a taxa média situou-se em 0,86%. Já para os prazos entre 10 e 15 anos, que representaram apenas 3% do total, a taxa de média é bem mais elevada, de 3,41%, e descendo um ponto percentual para os prazos a mais de 10. Neste último caso, que responde por 9% do crédito concedido, a taxa ficou em 2,42%.

Crédito ao consumo aumentou

O crédito concedido aos particulares para consumo e outros fins aumentou mais de 100 milhões de euros em Maio, atingindo 551 milhões de euros (417 milhões em Abril e 410 milhões em período homólogo) e o crédito para outros fins cresceu para 227 milhões de euros (176 milhões no mês anterior e 170 milhões no mesmo mês do ano passado).

A taxa de juro média deste tipo de crédito desceu para 7,67% (7,78% em Abril).

Às empresas, os bancos emprestaram 2130 milhões de euros, o que representa um aumento de 22% face a Abril. “Este aumento verificou-se tanto nos empréstimos até um milhão de euros como nos empréstimos acima de um milhão de euros, que totalizaram, respectivamente, 1200 e 930 milhões de euros”, destaca o BdP.

A taxa de juro média dos novos empréstimos a empresas também aumentou de 1,85% em Abril para 2,05% em Maio, subindo para 2,14% nos empréstimos até um milhão de euros e para 1,92% nos empréstimos de montante superior.

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