A segunda morte de Jéssica

Tinha três anos. Morreu num sinistro enredo de violência e de miséria, com a sua morte transformada numa telenovela macabra. Os alegados autores materiais do homicídio de Jéssica estão detidos, aguardando julgamento em prisão preventiva. O funeral desta menina foi transformado num imenso julgamento de rua, em que a população encontrou o seu culpado: a mãe. Tragédia humana, em directo na TV.

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Naquela manhã, dia 20 de Junho, Inês chegou a casa do companheiro com a filha ao colo, com ferimentos visíveis no rosto, inerte. Paulo Amâncio não conseguia entender o que se estava a passar, pois julgava a menina numa colónia de férias. Inês disse-lhe que ela tinha caído de uma cadeira na creche e que já tinha sido observada por um psicólogo, que lhe receitara um medicamento (Atarax, um anti-histamínico) para ela descansar. Não era momento para confrontar Inês Tomás com as contradições desta versão.

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