De Lisboa para a Europa e para o Mundo

Portugal tem e teve sempre um papel de destaque no desenvolvimento do setor da Juventude no Conselho da Europa, quer na presença dos seus órgãos estatutários (ocupa, atualmente, a vice-presidência do Comité Diretor Europeu de Juventude) quer no desenvolvimento e prossecução dos objetivos internacionais de política de juventude.

Assinalam-se, em 2022, 50 anos do setor da Juventude no Conselho da Europa. Os aniversários são acontecimentos merecedores de celebração, balanço e, sobretudo, de reflexão para o futuro. É esta reflexão que motiva o nosso texto.

Ao longo deste meio século, são muitas as gerações de jovens que, no conjunto dos 46 Estados-membros do Conselho da Europa, beneficiaram, direta e indiretamente, do financiamento e apoio educativo para atividades que promovem a cidadania e a mobilidade na juventude, bem como os direitos humanos, o Estado de direito e a democracia.

Não é alheio a este contexto o lançamento da campanha “Democracia Aqui, Democracia Agora”, destinada a jovens e com o objetivo de revitalizar a democracia e fortalecer a confiança entre as pessoas jovens e as instituições e os processos democráticos.

O Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) é o coordenador desta campanha em Portugal, desenvolvida entre março e outubro de 2022, e que se encontra agora focada na participação efetiva das pessoas jovens, dando visibilidade aos mecanismos de cogestão (em que decisores políticos e jovens decidem - juntos - as políticas que os impactam) e à liberdade de associação e expressão de jovens.

Portugal tem e teve sempre um papel de destaque no desenvolvimento do setor no Conselho da Europa, quer na presença dos seus órgãos estatutários (ocupa, atualmente, a vice-presidência do Comité Diretor Europeu de Juventude) quer no desenvolvimento e prossecução dos objetivos internacionais de política de juventude.

Exemplos como as duas edições da campanha “Todos Diferentes, Todos Iguais” e, mais recentemente, a campanha Movimento contra o Discurso de Ódio “Ódio não!”, desenvolvida a partir de 2013 e coordenada em Portugal pelo IPDJ, a participação sistemática de jovens na Universidade de Verão do Centro Norte-Sul do Conselho da Europa, e, finalmente, mas não menos importante, a dinamização do Centro de Juventude de Lisboa (CJL), que celebra o 8.º aniversário da atribuição, pelo Conselho da Europa, do Selo de Qualidade.

O CJL é um laboratório educacional para o desenvolvimento de padrões de qualidade e inovação no trabalho de e com jovens, bem como de políticas de juventude. Sediado no Parque das Nações, este é um espaço seguro para jovens desenvolverem os projetos e os seus direitos, não deixando ninguém para trás.

Aqui, os jovens imergem em dias de trabalho intenso, podem dormir na Pousada da Juventude e usar o espaço de refeição, as salas de formação e espaços de convívio e, em particular, contar com os trabalhadores do IPDJ e parceiros que, todos os dias, contribuem para que as pessoas jovens possam conhecer uma transição bem-sucedida para a vida adulta.

São oito anos de trabalho com e para jovens, reconhecidos com o selo de qualidade do Conselho da Europa, onde o setor público, através do IPDJ, I.P., e organizações de juventude, como o Conselho Nacional de Juventude, a Federação Nacional das Associações Juvenis, entre outras, promovem os três pilares fundacionais do Conselho da Europa: Estado de Direito, Democracia e Direitos Humanos.

Neste dia 1 de julho realiza-se no CJL uma conversa entre jovens, técnicos de juventude e o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, sobre estes três pilares norteadores da nossa democracia. São também apresentadas as versões portuguesas do manual Mirrors - uma publicação do Conselho da Europa destinada ao empoderamento de jovens, para o combate ao anticiganismo e ao racismo contra as pessoas ciganas – e ainda a publicação Insights into social inclusion and digitalisation, que explora o potencial da digitalização na inclusão social das pessoas jovens.

A tradução destas publicações é um contributo para a democratização deste conhecimento produzido para jovens e profissionais de juventude, mesmo sendo apenas uma pequena parte do trabalho desenvolvido pelo CJL. É o trabalho desenvolvido pelas pessoas jovens e pelas suas organizações que mais nos orgulha: a capacitação de raparigas e rapazes, jovens mulheres e homens, com vista ao seu empoderamento e maior participação política.

São as 6.524 pessoas jovens que, ao longo destes oito anos, tiveram no CJL o seu ponto de encontro, onde aprendem, experimentam e agem em prol da educação para os direitos humanos e mais oportunidades para todos, num contexto internacional, cumprindo o mote fundacional de ser “Uma porta aberta para a Europa e para o Mundo”.

Por fim, ainda que o selo de qualidade do Conselho da Europa atribuído ao CJL reconheça o trabalho local para um desígnio internacional, importa assinalar que o IPDJ conta com mais 17 serviços desconcentrados em todo o território continental, um em cada capital de distrito, onde com jovens, associações e autarquias, expandimos, espelhamos e alimentamos esta ambição, para a Europa e para o Mundo, a partir da nossa força motriz: cada uma das nossas regiões e comunidades.

O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico

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