Contra a decisão da FPF, Marítimo reclama título de campeão

Em comunicado, o clube do Funchal afirma ter conquistado o principal titulo português com a vitória no Campeonato de Portugal em 1928.

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EPA/GREGORIO CUNHA

O Marítimo garantiu nesta quarta-feira que continua a integrar-se na categoria de campeão nacional, apesar da decisão da assembleia geral da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) em manter a actual contagem de títulos no campeonato e na Taça de Portugal.

“O Club Sport Marítimo, de qualquer forma, já havia sublinhado a sua posição irredutível: independentemente de comissões, pareceres e votações, nós somos Campeões de Portugal”, pode ler-se no comunicado publicado pelos “verde-rubros” no seu site.

O emblema, que se assume como campeão nacional de futebol, pela conquista do Campeonato de Portugal em 1926, “lamenta o desperdício de tempo e de recursos, a única conclusão a extrair da reunião magna da Federação Portuguesa de Futebol”, sublinhando que o país “aguardou com expectativa esta oportunidade de se fazer história”.

“Não é compreensível a votação maioritária numa proposta que mantém tudo como estava, após investimento em pareceres académicos e discussão abundante. No mínimo, que se optasse por um dos pareceres que acertavam contas com a história centenária das competições nacionais de futebol, sob a égide da FPF”, refere a nota assinada pelo presidente Rui Fontes.

Na a ssembleia geral extraordinária da FPF, realizada na quarta-feira, a maioria dos delegados (33) daquele órgão social federativo opôs-se à recontagem dos títulos, rejeitando, desta forma, os três pareceres que tinham sido levados a votação, um dos quais apresentado pelo Sporting.

Dos restantes delegados e sócios, 13 votaram favoravelmente no primeiro parecer, oito votaram a favor do terceiro e apenas um votou no segundo parecer.

O primeiro parecer levado a votação defendia que os vencedores do Campeonato de Portugal entre 1921/22 e 1933/34, e do Campeonato da Liga, disputado em simultâneo, a título experimental, entre 1934 e 1938, fossem declarados campeões nacionais, enquanto os vencedores do Campeonato de Portugal entre 1934/35 e 1937/38 seriam consagrados como vencedores da Taça de Portugal.

O segundo identificava o Campeonato de Portugal como antecessor da Taça de Portugal, que começou a ser disputada em 1938/39, e o Campeonato da Liga como correspondente do campeonato nacional.

A proposta apresentada pelo Sporting, que venceu o Campeonato de Portugal em 1922/23, 1933/34, 1935/36 e 1937/38, defendia o reconhecimento destes títulos como de campeão nacional.

Esta competição foi ainda vencida quatro vezes pelo FC Porto (1921/22, 1924,25, 1931/32 2 1936/37), três pelo Benfica (1929/30, 1930/31 e 1934/35) e pelo Belenenses (1926/27, 1928/29 e 1932/33) e uma pelo Olhanense (1923/24), pelo Marítimo (1925/26) e pelo Carcavelinhos (1927/28).

Já o Campeonato da Liga, ou Liga Experimental, foi vencido três vezes pelo Benfica (1935/36, 1936/37 e 1937/38), depois da conquista do FC Porto no ano de estreia (1934/35).

Em 19 de Janeiro de 2019, o assunto foi debatido na Assembleia da República (AR), tendo os vários grupos parlamentares considerado que o reconhecimento das edições do Campeonato de Portugal realizadas entre 1922 e 1938 é matéria, dada a sua especificidade, da competência da FPF.

O tema foi levado a debate na sessão plenária na AR sob a forma de uma petição liderada por Alexandre Silva Almeida, com 4.470 subscritores, que pretendia ver reconhecidos como títulos de campeão nacional as 17 edições do Campeonato de Portugal.

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