Prémios Alfredo da Silva distinguem três projectos sobre resposta à seca, esclerose múltipla e diabetes

Prémios de Investigação Alfredo da Silva premiaram esta quinta-feira três projectos portugueses. Cada um deles recebe 25 mil euros para continuar o desenvolvimento da sua investigação.

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Os premiados receberão 25 mil euros para o desenvolvimento do seu projecto Fernando VeludoNFactos

A resposta à situação de seca, o diagnóstico mais precoce da esclerose múltipla e a monitorização de pessoas com diabetes à distância foram os temas dos projectos distinguidos esta quinta-feira pelos Prémios de Investigação Alfredo da Silva. Os três projectos portugueses são premiados, de acordo com os júris dos prémios, pela sua inovação e contributo para áreas essenciais da sociedade.

Os prémios são atribuídos pela Fundação Amélia de Mello, que lançou, em Janeiro de 2022, os três concursos temáticos para esta segunda edição dos Prémios de Investigação Alfredo da Silva. Cada vencedor recebe 25 mil euros, destinados ao apoio da realização destes projectos de investigação científica. Através de três categorias de prémios, a Fundação Amélia de Mello destaca projectos de investigação ligados ao empreendedorismo, à mobilidade e à sustentabilidade na saúde.

O prémio Alfredo da Silva e o Empreendedorismo distinguiu uma equipa liderada por Diogo Alexandrino, do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (Cimar), que pretende responder à escassez de água. O projecto “XenoHybrid” quer desenvolver uma tecnologia híbrida de tratamento de águas para a mitigação da poluição causada por contaminantes emergentes. “Queremos maximizar e oferecer uma solução que optimize a reutilização de água e tentar manter o acesso a recursos hídricos de qualidade o mais democrático possível”, explicou o vencedor do prémio.

No prémio Inovação Tecnológica, Mobilidade e Indústria, o júri escolheu a equipa de Miguel Neves, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto, que pretendem desenvolver um sensor em miniatura que procura melhorar o diagnóstico e a monitorização da esclerose múltipla. Como? De acordo com o investigador do i3S, este sensor em miniatura (o MSense) poderá “detectar diferentes biomarcadores”, permitindo um diagnóstico mais precoce da doença.

No último prémio anunciado esta quinta-feira manhã, numa cerimónia no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, o projecto distinguido na categoria Sustentabilidade na Saúde foi atribuído à equipa de João Filipe Raposo, da Universidade Nova de Lisboa e da Associação Protectora dos Diabéticos Portugueses, com um projecto destinado à monitorização remota de pessoas com diabetes. O investigador apontou que há mais de um milhão de portugueses com diabetes diagnosticada ou por diagnosticar.

O contributo para diminuir estes números pode estar no controlo à distância e numa melhor gestão da doença: “É um projecto que vai decorrer nos próximos três anos. Queremos no final, ter um kit de protecção para diabéticos e cuidadores, ter um penso inteligente com sensores para monitorizar a temperatura e as úlceras, e ter também um novo sensor que permite ser mais fácil medir a glicemia”, explicou João Filipe Raposo, na cerimónia de entrega do prémio.

Os destinatários destes prémios são investigadores, integrados ou não em universidades e institutos politécnicos do país, e visam apoiar a realização de três projectos de investigação, podendo ou não estar ligados à elaboração de provas de grau na vida universitária.

Alfredo da Silva foi o fundador da Companhia União Fabril (CUF), com um contributo importante para a economia industrial portuguesa no século XX. No grupo que liderava, incluíam-se ainda empresas como a Tabaqueira, a Lisnave (à época Estaleiro da Rocha Conde de Óbidos), o Banco Totta e a Companhia de Seguros Império. A cerimónia de entrega destes prémios celebra a data de nascimento de Alfredo da Silva.

O PÚBLICO é parceiro desta iniciativa da Fundação Amélia de Mello.

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