Face à seca em Itália, há cabeleireiros que podem ser multados se lavarem cabelos duas vezes

Para contornar a seca da região, o autarca de Castenaso proibiu os cabeleireiros de lavarem duas vezes os cabelos dos clientes. Medida prevê coimas de 25 a 500 euros caso haja incumprimentos.

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Lindsay Cash | Unsplash

A seca que se vive em Itália levou diversos autarcas a adoptarem medidas de economia de água. Em Castenaso, uma pequena cidade nos arredores de Bolonha, o presidente da câmara proibiu os salões de beleza e barbeiros da região de lavarem duas vezes os cabelos dos clientes. “As duas lavagens clássicas excedem pelo menos 20 litros. E na situação em que nos encontramos já não podemos pagar”, declarou Carlo Gubellini, citado pelo jornal italiano Corriere della Serra.

De acordo com o autarca, a cidade situada na região Emília-Romanha abriga 16 mil habitantes e dez cabeleireiros, que gastam “milhares de litros [de água] por dia”. “Castenaso é pequeno: imagine o que isso significa em termos de consumo para as grandes cidades.”

A medida foi anunciada no sábado de 18 de Junho para que os estabelecimentos tivessem “tempo suficiente para se adaptarem”, tendo em conta o habitual encerramento aos domingos e segundas-feiras. Caso haja incumprimento das regras, o salão pode pagar uma multa que varia entre 25 e 500 euros.

Gubellini dá conta que “o feedback foi positivo” e que e a medida não pretende “oprimir, mas sim de empoderar os cidadãos”. Contudo, nem todos concordam. “Parece um pouco ridículo”, disse Katia, trabalhadora do salão Nuova Equipe, ao The Guardian. “É difícil não poder lavar e enxaguar duas vezes, pois alguns dos produtos que usamos exigem-no, tal como alguns tipos de cabelo, principalmente se o cabelo do cliente estiver muito sujo”.

Itália está a passar pela pior seca dos últimos 70 anos e a área do vale do rio Pó, que corta a região Emília-Romanha, é a mais prejudicada. “A Emília-Romanha tem as reservas de água necessárias para regar os campos até 29 de Junho. Mas a partir de Julho, as coisas podem piorar drasticamente”, alerta Carlo Gubellini. Além de Castenaso, outras regiões já aplicaram medidas para racionar água. Em Milão, as fontes decorativas foram desligadas.

Texto editado por Amanda Ribeiro

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