Luís Montenegro: Costa “não decide nada” e “foge das soluções”

Líder eleito do PSD diz que os portugueses já estão “cansados do Governo” PS, apesar da vitória eleitoral de há tão pouco tempo, e afirma que o país precisa de uma “voz forte” na oposição.

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Luís Montenegro foi eleito líder do PSD a 28 de Maio Tiago Lopes

O presidente eleito do PSD, Luís Montenegro, considerou na segunda-feira que os portugueses já estão “cansados do Governo” PS, apesar da vitória eleitoral de há tão pouco tempo, afirmando que o país precisa de uma “voz forte” na oposição. O primeiro-ministro “não decide nada” e “foge das soluções”, disse.

“Não me lembro na nossa história democrática de um Governo, nomeadamente um Governo que tem maioria absoluta no Parlamento, estar tão desgastado, para não dizer mesmo tão esgotado, tão pouco tempo depois das eleições. Praticamente no início de um mandato, as pessoas já estão cansadas daquilo que o Governo tem para apresentar ao país”, disse Luís Montenegro.

O líder eleito dos sociais-democratas falava em Ílhavo, no distrito de Aveiro, durante a sessão de tomada de posse dos novos órgãos concelhios do PSD.

No seu discurso, Montenegro afirmou que o país tem “uma necessidade grande de ter uma voz forte” na oposição, que possa representar “tanto e tanto descontentamento que já há hoje, perante um Governo que iniciou funções há tão pouco tempo”.

Apesar de o Governo ter maioria absoluta e não depender de ninguém no Parlamento, Luís Montenegro considerou que o primeiro-ministro “não decide nada” e “foge das soluções”.

“Às vezes até fico com a ideia de que António Costa preferia nem ter maioria absoluta, porque assim teria sempre uma desculpa para poder empurrar para a frente com os problemas em vez de os resolver. Ele foge tanto das soluções que parece que até está atrapalhado por agora não depender de ninguém e ter que decidir sozinho”, afirmou.

Montenegro defendeu que o país reclama que a oposição cumpra a sua missão de denunciar os “erros e as omissões” do Governo, adiantando que “há muito para poder ser o objecto desse trabalho de oposição”, dando como exemplo o “desinvestimento” e o “adiar de transformações estruturais” nos serviços públicos, e referiu que estamos no tempo dos “impostos máximos, mas ao mesmo tempo dos serviços mínimos”.

“Ao mesmo tempo que nos tiram a maior fatia de riqueza que alguma vez nos tiraram, seja sobre o rendimento do trabalho seja sobre todos os impostos que pagamos para consumir bens essenciais, seja até em taxas complementares, qualquer um de nós está inundado de impostos e taxas e tachinhas sobre tudo”, vincou.

A terminar, disse que vai estar a trabalhar nos próximos anos para construir uma alternativa política para dar ao país “um Governo que não cobre tantos impostos, mas que possa servir melhor os cidadãos”.

Questionado pelos jornalistas sobre o Congresso do PSD, que o consagrará como novo presidente do maior partido da oposição, Montenegro limitou-se a dizer que tem “óptimas expectativas” para a reunião magna dos sociais-democratas que irá decorrer de 1 a 3 de Julho, no Porto.

“Naturalmente teremos um congresso vivo, dinâmico”, disse, adiantando que espera “um partido unido”.

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