Sentença de Ghislaine Maxwell não deverá ir além de 19 anos e cinco meses

A juíza Alison Nathan concordou com a defesa de que a sentença proferida deverá guiar-se pelas directivas de 2003.

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A audiência para a leitura da sentença de Maxwell começou às 11h locais Reuters/JANE ROSENBERG (arquivo)

Ghislaine Maxwell foi considerada culpada de cinco dos seis crimes de que estava acusada, incluindo tráfico sexual de menores, e o Estado pediu o máximo de até 55 anos de prisão. No entanto, depois de ter ponderado o que considerou ter sido a data da última conduta criminal provada em tribunal, a magistrada responsável pelo caso avaliou que “o nível de ofensa é 37, que, pelas directrizes de 2003, começa nos 210 meses, ou, o nível de ofensa é de 36, pelo que o intervalo da directiva é de 188 a 235 meses”. Trocado por anos, significa que a antiga associada do financeiro Jeffrey Epstein incorre numa pena de prisão que não deverá ser inferior a 15 anos e cinco meses e superior a 19 anos e cinco meses.

A audiência para a leitura da sentença de Maxwell começou às 11h locais (16h em Lisboa), com a juíza a anular as várias objecções apresentadas pela defesa da arguida, que pretendia uma redução de pena até entre quatro e cinco anos. E, depois de uma acesa troca de considerações entre as duas equipas, Nathan acabou a balizar a pena a ser deliberada, não deixando de considerar que “a actividade criminosa da arguida foi extensa”, referindo-se a Maxwell como a “número 2” de Epstein e “a dona da casa”.

Quanto a possíveis indemnizações e compensações, a juíza confirmou que irá exigir o pagamento de uma multa a Maxwell, inclusive no que diz respeito ao legado de dez milhões de dólares (9,5 milhões de euros) do fundo criado a partir dos bens de Epstein para compensar as vítimas do antigo magnata após a sua morte. “Não sabemos se restará dinheiro”, disse o advogado de Maxwell, citou a Inner City Press. Mas Nathan lembrou que Maxwell relatou ter recebido 22 milhões de dólares (21 milhões de euros) em bens quando pediu fiança.

A audiência foi suspensa, entretanto, para almoço; à tarde, a magistrada disse que ouvirá “as partes sobre o que alegam ser uma sentença razoável”.

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