NATO vai alargar forças de resposta rápida para 300 mil efectivos

Jens Stoltenberg disse que a cimeira da NATO, que começa terça-feira em Madrid, vai fazer a maior revisão do sistema de dissuasão e defesa da NATO desde a Guerra Fria.

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Jens Stoltenberg durante a conferência de imprensa desta segunda-feira OLIVIER HOSLET/EPA

Os chefes de Estado de de governo da NATO vão acordar um aumento de “mais de 300 mil” efectivos nas forças de resposta rápida. O anúncio foi feito esta segunda-feira pelo secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, na conferência de imprensa de antecipação da na cimeira de Madrid que começa esta terça-feira.

Stoltenberg esboçou para os jornalistas quais são as linhas principais da cimeira que o secretário-geral espera que seja “transformadora” para a NATO, quer em termos militares, quer em termos políticos.

“Vamos transformar a Força de Resposta da NATO e aumentaremos o número das nossas forças de prontidão elevada. Para mais de 300 mil”, disse o secretário-geral, que confirmou o reforço de alguns dos batalhões colocados no leste da Europa ao nível das brigadas.

Actualmente, estas forças de resposta rápida, com capacidade para serem mobilizadas num prazo de cinco dias e durante um máximo de 30, podem chegar aos 40 mil efectivos.

O secretário-geral da Aliança Atlântica explicou que se trata da maior revisão do sistema de dissuasão e defesa da NATO desde a Guerra Fria, um novo marco estratégico que servirá como roadbook para os próximos anos. Algo que se justifica tendo em conta a “brutal invasão” da Ucrânia pelas forças russas.

Stoltenberg reiterou que a Rússia é “a maior e mais directa ameaça” à segurança e lamentou que o diálogo com Moscovo “não esteja em cima da mesa” nos dias actuais, mas que cabe à NATO “responder” à nova realidade que a guerra na Ucrânia trouxe à Europa.

A NATO, disse o secretário-geral, está “preparada” para proteger os aliados e, nesse sentido, quer que fique claro para Vladimir Putin quais serão as consequências em caso de novo ataque e “espero que os aliados afirmem claramente que a Rússia representa uma ameaça directa à nossa segurança, aos nossos valores e às regras em que assenta a nossa ordem internacional”.

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