Djokovic e Nadal voltam a ser os principais favoritos em Wimbledon

O torneio britânico, terceiro Grand Slam da época, surge diferente em ano de aniversário do court central.

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Wimbledon arranca hoje nos courts do All England Club. Reuters/PAUL CHILDS

Pela primeira vez na sua centenária história, o torneio de Wimbledon de 2022 não vai poder contar com a presença do número um mundial, Daniil Medevedev, nem do número dois, Alexander Zverev, lesionado. E, extraordinariamente, não vai atribuir pontos para o ranking mundial. Mas apesar da contestação de muitos jogadores, todos os elegíveis irão estar em competição a partir desta segunda-feira no sudoeste de Londres, atraídos pelo prestígio do torneio e pelos prémios monetários, num total recorde de 47 milhões de euros. E quando se pensava que o domínio do “Big 3” iria ser decididamente posto em causa, eis que os trintões Novak Djokovic e Rafael Nadal voltam a ser os principais candidatos a defrontarem-se na final de dia 10 de Julho, apesar de alguns pontos de interrogação.

Djokovic não disputou nenhum torneio sobre relva nestas últimas semanas, mas os resultados em Wimbledon fazem-no sentir-se optimista; venceu seis edições, incluindo as últimas três – o torneio não se realizou em 2020 devido à pandemia. Como motivação suplementar, o sérvio de 35 anos sabe que este poderá ser o último torneio do Grand Slam que realiza este ano, já que, actualmente, as pessoas não vacinadas não podem entrar nos EUA, o que o impede de actuar no Open dos EUA.

Já Nadal está contente por, três anos depois, poder voltar a Wimbledon, onde conquistou o título em 2008 e 2010. O espanhol reagiu bem ao tratamento que realizou, logo após a conquista de Roland Garros, para minimizar a lesão crónica no pé esquerdo, mas reconhece que o Grand Slam britânico é o torneio mais imprevisível para si. No entanto, o maiorquino de 36 anos chega pela primeira vez a Londres com uma possibilidade inédita: a de conquistar os quatro títulos do Grand Slam no mesmo ano, após os triunfos na Austrália e Roland Garros.

Daniil Medvedev é um dos cinco jogadores do top 50 masculino impedidos pelo governo britânico de competir no país, por causa da guerra – o que levou à retaliação da ATP e WTA de não atribuírem pontos para o ranking. A ausência do russo e de Zverev não deixa, no entanto, caminho totalmente livre para os dois campeões. Matteo Berrettini, finalista no ano passado e campeão há uma semana no Queen’s, e Hubert Hurkacz, semifinalista em 2021 e recente vencedor em Halle, já apresentam suficientes credenciais em relva.”.

E há ainda o bicampeão Andy Murray e o imprevisível Nick Kyrgios que se “transformam” quando pisam os courts do All England Club.

Entre os portugueses, João Sousa deverá actuar na terça-feira num torneio onde foi oitavo-finalista em 2019, diante do francês Richard Gasquet, semifinalista em 2007 e 2015. Em pares, onde faz equipa com o australiano Jordan Thompson, Sousa joga na quarta ou quinta-feira, tal como os compatriotas Nuno Borges/Francisco Cabral, que se vão estrear nesta variante em provas do Grand Slam.

Muitas candidatas no torneio feminino

No torneio feminino, o regresso de Serena Williams ofusca o protagonismo que a actual número um mundial, Iga Swiatek, tem tido nos últimos meses. A norte-americana disputou dois encontros de pares na semana passada para preparar o regresso ao circuito profissional, exactamente um ano após o seu último encontro; abandonou devido a uma lesão no tornozelo esquerdo durante a primeira ronda, frente à bielorrussa Aliaksandra Sasnovich, uma das sete jogadoras do top 50 da WTA impedidas de competir este ano. No regresso a Londres, Serena frisou que não tinha pensado na reforma, mas sim, que necessitou de se “curar, física e emocionalmente”. A heptacampeã de Wimbledon terá honras de jogar no court central, mas a má notícia é que o sorteio colocou-a na mesma metade que Swiatek.

A polaca não compete desde que triunfou em Roland Garros – e estendeu a série vitoriosa para 35 encontros –, mas poucos acreditam que não irá melhorar o seu melhor registo pessoal em Wimbledon, obtido no ano passado ao atingir os oitavos-de-final.

Entre as demais candidatas, destaque para Ons Jabeur, número dois no ranking e recente vencedora na relva de Berlim; Coco Gauff, finalista em Roland Garros e com um ténis muito eficaz para se impor em Wimbledon, onde já foi duas vezes oitava-finalista; Petra Kvitova, campeã em 2011 e 2014 e vencedora, no sábado, no torneio de Eastbourne; e a surpreendente brasileira Beatriz Haddad Maia que ganhou 13 dos 14 encontros realizados em relva nas últimas semanas, conquistando pelo caminho os seus dois primeiros títulos (em Nottingham e Birmingham).

Novidade em Wimbledon vai ser o facto de haver competição no primeiro domingo da quinzena. No “Middle Sunday”, 3 de Julho, será assinalado o centésimo aniversário do Court Central, inaugurado no dia 26 de Junho de 1922 – uma hora mais tarde do que programado devido à “tradicional” chuva – com a presença do rei Jorge V. Até o All England Club mudar-se para as actuais instalações, em Church Road, o torneio de Wimbledon realizava-se em Worple Road, situado na mesmo área de Londres (SW19). O court principal situava-se então no centro do clube, daí a designação de Centre Court, que se manteve para designar o palco principal até aos dias de hoje.

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