Tuvalu desiste da Conferência dos Oceanos após bloqueio chinês

Simon Kofe, ministro de Tuvalu, desiste da Conferência dos Oceanos, em Lisboa, após China bloquear participação de três delegados de Taiwan incluídos na delegação daquela nação do Pacífico.

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O ministro Simon Kofe, famoso após ter discursado em pé no mar, em entrevista a Reuters em 2019 Reuters/Fabian Hamacher

O ministro das Relações Exteriores de Tuvalu desistiu de participar na abertura da Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano, em Lisboa, esta segunda-feira, após a China ter bloqueado a participação de três taiwaneses incluídos na lista de delegados da pequena nação insular do Pacífico. A informação, segundo a Reuters, foi avançada pela Radio Nova Zelândia.

Taiwan não é membro das Nações Unidas, logo os cidadãos nacionais não podem participar nos eventos da organização internacional como representantes daquele país. A China reivindica Taiwan como parte do seu território.

O ministro das Relações Exteriores de Tuvalu, Simon Kofe, bateu com a porta após a China ter contestado o credenciamento de três delegados taiwaneses. A pequena nação insular do Pacífico com 12.000 habitantes tem laços diplomáticos com Taiwan desde 1979. Tuvalu é um dos 14 Estados no planeta que continuam a ter relações diplomáticas com Taiwan - mas não com a China. Taiwan é largamente excluído das organizações internacionais que têm a China como membro.

Kofe atraiu a atenção do mundo quando, em 2021, quando discursou remotamente numa conferência sobre o clima com os pés no mar, com o objectivo de transmitir a mensagem de que Tuvalu estava literalmente a ser engolida pelas águas. Cerca de 40% do distrito da capital está já submerso pelas águas salgadas, e a previsão é a de que o pequeno país fique completamente submerso até o final do século.

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