Lucy McCormick é o seu próprio conceito

Em Life: LIVE! a performer britânica encena um concerto que é uma viagem tão irónica e crítica, quanto empenhada e honesta ao mundo pop. Um mundo ambicioso, narcisista, sexista, para ver no TBA, Lisboa, a 24 e 25 de Junho.

Foto

Estamos ainda nos primeiros minutos de Life: LIVE! e Lucy Muck — já depois de nos ter informado, num tom displicentemente confessional, de que tende a ser um nadinha dramática sobre a vida em geral — explica que está em palco a apresentar o seu álbum conceptual. Mas este não é um álbum conceptual à maneira dos anos 70, operado por narrativas fantasiosas e intermináveis sagas vertidas para canções com ambição sinfónica, como se fosse possível empurrar todo o pathos wagneriano para dentro de um punhado de temas pop-rock. “O conceito sou eu”, anuncia Lucy Muck, tornando-se quase redundante fazê-lo porque no berrante mundo da pop actual: a) o narcisismo é condição essencial; b) os relatos da própria vida, mais ou menos ficcionada e mitificada, são matéria opulenta o suficiente para arrebanhar hordas de seguidores em torno de pessoais (e essenciais) considerações sobre o mundo.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Comentar