Culturgest, de dentro para fora

Com Boris Charmatz, David Maranha e Jean-Hervé Peron, e Bal Moderne, há dança, cinema, música a sair das fronteiras do espaço cultural lisboeta entre esta quinta-feira e domingo.

Foto
Boris Charmatz é um dos destaques da programação da segunda edição do Inside Out, da Culturgest Barbara Braun

A segunda edição do Inside Out da Culturgest, que se propõe a sair do espaço físico do centro cultural lisboeta para a rua, arranca esta quinta-feira. Entre exposições, dança, música e cinema, durará até domingo. A maioria das actividades, tirando as exposições, que custam um euro, é de entrada gratuita, algumas – as workshops ​de dança – mediante inscrição prévia.

Logo esta quinta-feira, às 22h, haverá a inauguração de uma nova exposição, Hápax, uma mostra extensa da obra do francês Mattia Denisse (n.1967), que está radicada em Lisboa desde 1999, com desenhos e serigrafia. A curadoria é de Bruno Marchand. É um desses tais eventos pagos do programa e estará patente até Outubro.

Ao longo de quase toda a duração do Inside Out, o francês Boris Charmatz, o novo director da Tanztheater Wuppertal​, vai tomar conta da Alameda, pondo toda a gente que queira, mesmo quem não tenha educação formal em dança, a fazer uma coreografia chamada [terrain]. A ideia é trazer a dança para o espaço público, juntando para isso profissionais franceses e portugueses e os amadores que se queiram juntar, ao longo de todos os dias do Inside Out, com aquecimentos, ensaios públicos, workshops, uma conversa com o coreógrafo, tudo a culminar numa apresentação final, [terrain] Lisboa - uma igreja sem igreja​​, no sábado, às 20h. Ainda na Alameda, há também workshops, para profissionais, estudantes, amadores e jovens com Magali Caillet-Gajan, assistente de Charmatz.

David Maranha, que, com o irmão André, é fundador dos históricos Osso Exótico e dono de um extenso currículo de colaborações internacionais, e Jean-Hervé Peron, fundador dos Faust, peça fundamental do krautrock, vão actuar juntos na sexta-feira à noite para assinalar o final da exposição sobre Tony Conrad (1940-2016) que arrancou em Março. A actuação, chamada L'Infini, dá-se depois da exibição de The Flicker, curta de Conrad de 1966. A ideia é evocarem, com a ajuda de músicos convidados, a obra musical de Conrad, incluindo o Theatre of Eternal Music, o grupo de drones de La Monte Young em que este tocou violino. A ideia é que quem for ver possa passear ao mesmo tempo entre a galeria e a sala onde os músicos tocam.

No sábado, há uma oportunidade rara para ver as reservas da colecção de arte da Caixa Geral de Depósitos, com três horários entre as quatro e as seis da tarde para visitas guiadas que mostram como é preservada a colecção de escultura, pintura, desenho, vídeo, instalação ou fotografia da instituição.

Já no domingo à tarde, ainda no campo da dança, há espaço para Bal Moderne, a criação de Michel Reilhac que regressa à Culturgest e também põe qualquer pessoa, independentemente da experiência prévia, a dançar três coreografias simples.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários