Marcelo pede “balanço sem complexos” na análise da história entre Portugal e Brasil

O sinal mais importante nas relações entre Portugal e Brasil na actualidade é a vaga migratória de brasileiros, disse o Presidente da República.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acompanhado pelo presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, António Feijó ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Sem querer falar do passado, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, preferiu olhar para o presente e futuro das relações entre Portugal e Brasil no discurso de encerramento da conferência Brasil-Portugal: Perspectivas de Futuro, organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian. A vaga de imigração brasileira para o país é “imparável” e devia ser analisada pela classe política, afirmou.

“Sabemos que Portugal fez coisas boas e más, partilhas felizes e menos felizes, o balanço deve ser feito sem complexos”, afirmou Marcelo, sem querer dedicar muito tempo da sua intervenção à História de 500 anos entre Portugal e o Brasil.

Olhando para o presente, o Presidente considera que o facto mais marcante nas relações entre os dois países é a vaga de imigração brasileira recente para Portugal – os dados mais recentes apontam para 204 mil cidadãos brasileiros no país. “Está em curso uma grande imigração brasileira para Portugal”, observou Marcelo, rejeitando a ideia de que esse fenómeno tenha motivação política ou estritamente social ou económica.

O Presidente diz que essa vaga migratória já está a produzir algumas mudanças sociais, destacando o panorama religioso. “Temos uma comunidade evangélica numerosa, que não tínhamos”, explicou.

A única certeza de Marcelo é de que o fenómeno é “imparável” e irá continuar. “Os povos já escolheram e é bom que os responsáveis pelos povos percebam isso porque tiram proveito deste fenómeno.”

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