Suspeitos da morte de criança em Setúbal são três pessoas de uma família a quem a mãe devia dinheiro

Mãe da menina de três anos e o padrasto foram também ouvidos durante a noite na Polícia Judiciária, mas não foram constituídos arguidos.

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Criança foi transportada ao Hospital de São Bernardo, onde foi sujeita a manobras de reanimação, mas não sobreviveu aos ferimentos Sara Jesus Palma

As três pessoas detidas por suspeita do homicídio de uma menina em Setúbal são uma mulher a quem a mãe da criança devia dinheiro e o marido e a filha dessa mulher inicialmente identificada como a ama, segundo a PJ.

O coordenador da Polícia Judiciária (PJ) de Setúbal, João Bugia, disse esta quinta-feira à Lusa que a mãe da menina, de três anos, e o padrasto foram também ouvidos durante a noite na Polícia Judiciária (PJ), mas não foram constituídos arguidos.

Os três detidos são suspeitos dos crimes de rapto, extorsão, ofensas à integridade física e homicídio qualificado.

Num comunicado divulgado ao início desta manhã, a Polícia Judiciária tinha referido apenas as detenções um homem de 58 anos e duas mulheres de 52 e 27 anos, sem os identificar.

A morte da menina ocorreu na segunda-feira, depois de a mãe a ter ido buscar a casa da suspeita, identificada pela progenitora às autoridades como ama da criança.

De acordo com a mãe, a menina esteve cinco dias ao cuidado da mulher e tinha sinais evidentes de maus tratos, tais como hematomas, pelo que foi chamada a emergência médica. A criança foi assistida na casa da mãe e transportada ao Hospital de São Bernardo, onde foi sujeita a manobras de reanimação, mas não sobreviveu aos ferimentos.

Segundo João Bugia, a mãe da menina foi “ardilosamente enganada” e levada a entregar a filha por causa de uma dívida de 400 euros que tinha para com a suspeita. “A mulher agora detida convenceu a mãe a levar a criança a sua casa com o pretexto de que a menina poderia ficar a brincar com a neta, da mesma idade, enquanto conversavam sobre a dívida”, referiu. No entanto, segundo o coordenador da PJ de Setúbal, não foi permitido à mãe da menina levar a criança de volta para casa.

Nos cinco dias em que a criança permaneceu na casa dos detidos, terá sofrido maus tratos severos.

João Bugia revelou ainda que, apesar de haver algumas suspeitas iniciais de eventuais agressões sexuais contra a criança, esses indícios não foram confirmados na autópsia realizada na quarta-feira. O coordenador indicou que os suspeitos serão presentes a tribunal esta quinta-feira à tarde ou na sexta-feira.

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