Série baseada no best seller O Codex 632, de Rodrigues dos Santos, une pela primeira vez RTP e Globoplay

Adaptação é de Pedro Lopes e produção da SPi, já responsável por Glória ou Vanda. Protagonizada por Deborah Secco e Paulo Pires, estreia acontece em 2023.

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O livro já foi traduzido em várias línguas e editado nos EUA JOAO HENRIQUES

A primeira co-produção internacional da plataforma de streaming Globoplay é com a RTP, na adaptação do best seller O Codex 632, de José Rodrigues dos Santos, para série televisiva. Protagonizada por Deborah Secco e Paulo Pires, a série produzida também pela SPi, vai estrear-se em 2023 em simultâneo no canal público e em streaming.

O anúncio oficial foi feito na manhã desta quarta-feira em Toledo, no mercado espanhol de séries Conecta Fiction, num painel adequadamente intitulado “Ficción lusófona pisando fuerte”. “É muito importante que a primeira co-produção internacional da Globoplay seja com Portugal, pela relação histórica entre os dois países, como a cultura brasileira é importante em Portugal e como a cultura portuguesa fez o Brasil”, disse ao PÚBLICO a partir de Toledo Ana Carolina Lima, responsável pelos conteúdos do serviço de streaming que se estreou em Portugal em Outubro de 2021.

O Codex 632 é um dos livros mais vendidos de José Rodrigues dos Santos, jornalista e pivot do Telejornal há mais de 30 anos que se tornou num dos escritores mais populares do país. A adaptação para série, dividida em seis episódios, será feita por Pedro Lopes, o autor da primeira série original portuguesa para a Netflix, Glória, e realizado por Sérgio Graciano. Os protagonistas, únicos nomes do elenco para já divulgados, foram escolhidos a dedo — “queríamos ter pessoas muito importantes nos seus países”, diz Ana Carolina Lima sobre um factor que também pesou, o do reconhecimento. O resto do elenco, português e brasileiro, será revelado mais tarde.

A série chega em 2023 e segundo o director de programas da RTP, José Fragoso, terá “estreia simultânea” na antena do canal e na Globoplay. À partida será uma estreia de um episódio por semana, no caso da RTP, mas ainda está em aberto alguma alteração. O Codex 632 também estará na plataforma de streaming gratuita RTP Play. Porque o objectivo, como sempre, é viajar. É uma palavra que se repete muitas vezes na conversa telefónica do PÚBLICO com os dois programadores.

“A RTP tem feito um trajecto de aproximação a outros parceiros [de produção] que permitam conseguir produzir séries mais robustas e que possam sair das nossas fronteiras. Há uns anos dizia-se que as séries feitas em Portugal não viajavam; nos últimos anos conseguimos provar que há centenas de milhares de espectadores que preferem o produto série e que as séries portuguesas conseguiram ser exibidas noutros países”, diz Fragoso. A RTP foi também co-produtora minoritária de Glória, com a Netflix, ou da minisérie Operação Maré Negra, da Amazon, bem como transladou a sua série Auga Seca, em que está envolvida a Galiza, da RTP também para a plataforma HBO Portugal, entre outros exemplos. Em curso está ainda Motel Valquírias, co-produção com a Galiza e que estava apontada para aterrar na HBO Max.

O Codex 632 (Gradiva, 2005) é o primeiro dos livros em que a personagem Tomás de Noronha, professor de História da Universidade Nova de Lisboa e perito em criptanálise e línguas antigas, surge na obra de ficção histórica de Rodrigues dos Santos. Nos seis episódios de 45 minutos — “faz sentido no streaming porque é uma série de ficção que não é muito longa, no Globoplay a série é o que o assinantes mais buscam a par das novelas”, partilha Ana Carolina Lima tenta-se descodificar uma cifra e um segredo: a identidade e verdadeira intenção da missão do navegador Cristóvão Colombo.

Passa-se entre Portugal e o Brasil, chamarizes óbvios para a co-produção luso-brasileira que a produtora SPi (Glória, Vanda) e o seu responsável José Amaral encontraram para este seu novo projecto — “a obra está editada em múltiplos países, pode viajar”, repete José Fragoso, “é um material que acreditamos que viaje”, bisa Ana Carolina Lima. A co-produção é quase 50%-50% entre Portugal e Brasil, conta com o apoio do fundo PicPortugal e vai começar gravações já em Julho — Lisboa e Rio de Janeiro são os cenários principais.

Esta é a primeira parceria RTP - Globoplay, mas não é a primeira entre a estação pública portuguesa e a empresa-mãe da plataforma brasileira, a Globo. A possibilidade de um dia O Codex 632 passar no importante canal brasileiro “existe sempre”, responde a responsável do serviço de streaming. Mas esta é uma encomenda da Globoplay que só depois a equipa da televisão em sinal aberto avalia se vai exibir.

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