Costa vê Matosinhos, Setúbal e Sines como três pólos industriais “fortes” gerados pelas agendas mobilizadoras

Os projectos do programa Agendas Mobilizadoras PRR deverão gerar um volume de negócios de 3,6 mil milhões de euros e 17894 novos empregos, estima o primeiro-ministro.

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O primeiro-ministro na apresentação da segunda fase do concurso do programa agendas mobilizadoras LUSA/TIAGO PETINGA

O primeiro-ministro estimou esta terça-feira que os projectos em negociação do programa Agendas Mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) deverão gerar um volume de negócios de 3,6 mil milhões de euros e 17894 novos empregos.

Estes dados foram transmitidos por António Costa no final da sessão de apresentação da segunda fase do concurso do programa Agendas Mobilizadoras no âmbito do PRR, na qual esteve presente o comissário europeu para o mercado interno, Tierry Breton.

Na sua intervenção, o primeiro-ministro salientou que, dos 64 consórcios que chegaram à fase final do concurso, foram aprovados pelo júri 51, reunindo 1226 entidades, das quais 933 empresas de diferente natureza (60% pequenas e médias) e 111 associações do ramo da investigação.

“Estes projectos envolvem 7,6 mil milhões de euros de investimento a concretizar até 31 de Dezembro de 2026. Destes 7,7 mil milhões de euros, o máximo elegível para financiamento público são três mil milhões”, assinalou o líder do executivo na sua intervenção. De acordo com António Costa, desta verba de três mil milhões de euros, “cerca de dois mil milhões são incentivos à investigação e desenvolvimento”.

“Desse montante de dois mil milhões de euros, 1,1 mil milhões de euros são precisamente para entidades do sistema científico e tecnológico. Ora, isto significa que estamos não só a concretizar o conjunto destes projectos, mas também a reforçar e a robustecer o capital reprodutivo que o sistema científico e tecnológico necessariamente produz. Ou seja, não estamos só a financiar estes projectos, estamos também a reforçar o conjunto do nosso sistema para que surjam novos projectos e novos serviços”, sustentou.

Segundo as estimativas apresentadas pelo primeiro-ministro, prevê-se que até 2026 haja 2207 novos serviços e produtos ou patentes, 17894 novos empregos, dos quais 11345 altamente qualificados, e que o volume de negócios adicional até 2026 seja de 3,6 mil milhões de euros,

“Cobrem o conjunto do país, não há uma única região que não tenha pelo menos um projecto aprovado, embora a grande concentração exista nas regiões norte e centro. Geram três pólos industriais fortes em Matosinhos, Setúbal e Sines”, completou.

Em relação à natureza dos projectos aprovados, o primeiro-ministro referiu-se em primeiro lugar ao conjunto da área da energia, abrangendo baterias de lítio, hidrogénio verde e mobilidade -- este último sector com apostas na “concepção e produção do comboio português até à fileira das duas rodas, com a bicicleta eléctrica ou à criação de novas viaturas”.

O segundo bloco de projectos aprovados está centrado no digital, com propostas ao nível em matérias como inteligência artificial, robótica, condução autónoma e fabricação de semicondutores.

Já o terceiro bloco, de acordo com o primeiro-ministro, passa pela “valorização de recursos endógenos, abrangendo a floresta, o mar, a pedra natural e a agro indústria”, mas também projectos para responder à resistência aos antibióticos na saúde ou para fomentar a eficiência energética na construção de habitação.

Antes, o comissário europeu Tierry Breton manifestou-se “impressionado” com os projectos apresentados em Portugal e com o volume financeiro que representam, na ordem dos 7,6 mil milhões de euros. O comissário europeu destacou depois os objectivos estratégicos da União Europeia para a neutralidade carbónica até 2050 e para a sua reindustrialização, visando aumentar a autonomia estratégica do continente.

Tendo a escutá-lo António Costa e o ministro da Economia, António Costa Silva, Tierry Breton manifestou apoio aos projectos do Governo português para o porto de Sines e para a conclusão das interligações ibéricas com o resto da Europa.

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