Metro de Lisboa com greve de 24 horas no domingo

Perturbações no serviço devem começar ainda no sábado, estima a Fectrans.

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Nova greve no Metro de Lisboa Miguel Manso

Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa (ML) cumprem no domingo uma greve 24 horas contra a falta de condições de trabalho e reivindicando aumentos salariais, disse esta terça-feira à Lusa fonte da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).

“A greve vai decorrer no dia 26, domingo, entre as 0h e as 24h, mas as perturbações no serviço devem começar ainda no sábado”, adiantou Sara Gligo, da Fectrans. A empresa não divulgou, até esta terça-feira de manhã, informações sobre alterações ao serviço.

Sara Gligo referiu que os trabalhadores decidiram manter a paralisação, prevista há algumas semanas, apesar do anúncio pelo Metropolitano de Lisboa de que já iniciou a contratação de maquinistas e o reforço das equipas de manutenção.

As contratações decorrem de uma autorização concedida pelo Governo, no âmbito do Plano de Actividades e Orçamento de 2022, para a contratação de 58 trabalhadores: 34 agentes de tráfego, 13 oficiais de manutenção, dois inspectores de obra e nove técnicos especializados.

“A contratação de trabalhadores por si só não resolve todos os problemas. Paralelamente a este processo negocial decorre o processo de negociação colectiva para este ano, no qual a empresa, para reduzir o conflito, apresentou mais um ano de vigência do Acordo de Empresa”, contou a sindicalista.

Outro dos assuntos que não têm a concordância das organizações sindicais é o aumento salarial de 0,9% proposto pela empresa, que consideram estar “muito abaixo da inflação do país”.

No entanto, Sara Gligo sublinhou que os trabalhadores “continuam, como sempre, disponíveis para dialogar e resolver os problemas”.

Além da paralisação de 24 horas, os trabalhadores cumprem até ao final deste mês uma greve ao trabalho suplementar e eventos especiais.

Na semana passada, o Metropolitano de Lisboa garantiu que está disponível para procurar “soluções conjuntas de melhoria das condições de trabalho e de remuneração” e ainda para o “aumento de efectivos”.

Em comunicado, a administração explicou que tem procurado “activamente soluções”, apelado “à ponderação das propostas realizadas” e mantido “a disponibilidade para a construção de uma solução que sirva ambas as partes”.

A empresa referiu que de Março a Maio de 2022 foram efectuadas pelos trabalhadores da área da operação, maquinistas e chefias um total de oito greves parciais, entre as 5h e as 9h.

Além destas greves, nos meses de Maio e Junho, foram apresentados pré-avisos de greves ao trabalho suplementar e aos eventos especiais, recordou ainda a empresa, lamentando “os incómodos e transtornos que estas greves causam aos cidadãos na cidade de Lisboa e concelhos limítrofes”.

A paralisação do próximo domingo, dia 26, ocorre num fim-de-semana em que se realiza o festival Rock in Rio, no Parque da Bela Vista.

O Metropolitano de Lisboa opera diariamente com quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião).

Normalmente, o metro funciona entre as 6h30 e as 1h.

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