Rui Sampaio: “Este foi o ano mais especial da minha carreira”

Referência no balneário do Beira-Mar, o experiente médio já passou por todos os escalões com a camisola dos aurinegros. Agora, quer devolver a equipa aos campeonatos profissionais.

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Adriano Miranda

A experiência e exemplo de jogadores com história no Beira-Mar não pode ser dissociada do sucesso da última campanha. Casos como os de Artur e de Rui Sampaio são eloquentes. A voz de jogadores que ajudaram a escrever algumas páginas importantes ecoa nos momentos mais difíceis. Até porque a identidade do clube depende deles.

Aos 35 anos, o médio de Vila Pouca de Aguiar, que acompanhou António Sousa depois de uma época ao serviço do Penafiel, considera-se já um filho de Aveiro, cidade onde criou raízes e família e onde continuará a viver depois do adeus ao futebol. Pelo Beira-Mar, Rui Sampaio pisou os relvados da primeira e da segunda divisões, conquistando o título de campeão da II Liga no segundo ano em Aveiro (2009-10), com Leonardo Jardim como treinador.

Pelo meio, somou experiências em Itália (Cagliari) e em França (Red Star), sempre com o Beira-Mar no horizonte, independentemente de ter de actuar no Campeonato de Portugal ou nos distritais. “Tive momentos felizes e tristes. No Beira-Mar, joguei em todas as divisões, excepto a Liga 3. E posso garantir que este foi um ano muito especial. O mais especial da minha carreira!”, arrisca dizer Rui Sampaio.

“Já desci no campo e na secretaria, mas este foi um ano muito difícil. Sentimos muito a última descida. E quem sente o clube percebeu que era preciso dar tudo. E eu sinto que pertenço aqui. Por isso, esta descida mexeu muito comigo. No final, poder celebrar a promoção com um ‘triplete’ dá-nos um sentimento de dever cumprido. De todas as conquistas, esta foi a mais especial e a que vou guardar para sempre”, admite o número 13, destacando a união.

“Caímos, o que acontece na vida de qualquer um, mas unimo-nos e provámos que somos fortes. Conseguimos levantar-nos, também graças aos adeptos e à moldura humana que garantiram nos jogos, e o resultado não podia ser melhor: o Beira-Mar está aí outra vez”, anuncia, sem recear o passado recente.

Agora, sublinha, o momento é de desfrutar e preparar o futuro: “Não há fantasmas. Sabemos da história e da responsabilidade de representar este clube. A cidade está com a equipa. Desde o meu primeiro ano em Aveiro, percebi que era aqui que ia estabelecer-me, pois identifico-me com os valores do clube e das pessoas”, acrescenta o jogador, que somou 37 partidas e sete golos ao longo da temporada.

“Estive nas subidas e nas descidas, de que não me orgulho. Por isso, no dia em que descemos, nem hesitei quando o presidente me perguntou se estava disponível para ajudar o clube a recuperar o seu lugar. Tive convites de clubes de divisões superiores, mas senti que o momento era de ajudar a reerguer o Beira-Mar. Não podia deixar o clube nos distritais. Tinha de dar tudo de mim”, explica Rui Sampaio.

No último ano, com as sessões de treino nocturnas, o jogador aproveitou o tempo livre para abraçar também uma carreira como agente imobiliário. “Estou a gostar muito da experiência. Julgo que o essencial é sermos correctos, fiéis aos nossos valores e princípios. Depois, os resultados aparecem.”

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