O fado está de volta ao Castelo com Ricardo Ribeiro e Teresinha Landeiro

Integradas nas Festas de Lisboa, as noites de fado voltam ao Castelo de São Jorge com dois concertos consecutivos: Ricardo Ribeiro (sexta-feira, dia 17) e Teresinha Landeiro (sábado, dia 18).

Foto
Ricardo Ribeiro e Teresinha Landeiro ADRIANO FAGUNDES/GONÇALO F SANTOS

Em pleno mês das Festas de Lisboa e dos Santos Populares, as noites de fado estão de volta ao Castelo de São Jorge, com dois concertos anunciados para as noites desta sexta-feira e de sábado, ambos pelas 22h. O primeiro é o de Ricardo Ribeiro, com um trio de fado composto por José Manuel Neto (guitarra portuguesa), Carlos Manuel Proença (viola de fado) e Daniel Pinto (baixo), contando ainda com o pianista João Paulo Esteves da Silva como convidado; o segundo é o de Teresinha Landeiro, com Bernardo Romão (guitarra portuguesa), Bernardo Saldanha (viola de fado) e Daniel Pinto (baixo), também com convidados, que irão cantar com ela: Mimi Froes e Agir. A entrada é livre, embora sujeita à lotação do espaço e mediante levantamento prévio de bilhete (no máximo dois por pessoa) nas bilheteiras do Castelo de São Jorge ou do Museu do Fado no dia do espectáculo.

Para Ricardo Ribeiro, que já actua naquele espaço lisboeta há mais de uma década, é um regresso: “O Castelo de São Jorge tem muita simbologia. E tem muito significado para mim, enquanto português e quanto lisboeta, até por onde está situado. Aquilo que acontece, ao lá cantar, tem a ver com uma aura que impõe, ali, com a cidade ao fundo, e com o que se consegue naqueles momentos fantásticos, à noite. É absolutamente extraordinário. Eu adoro cantar no Castelo de São Jorge e eu dia destes hei-de ter lá alguma coisa, talvez um videoclipe, porque é um sítio de que gosto particularmente.”

O concerto terá ecos dos seus mais recentes discos, Hoje É Assim, Amanhã Não Sei (2016) e Respeitosa Mente (2019), com João Paulo Esteves da Silva e Jarrod Cagwin. “Vai estar o trio de fado e depois o João Paulo irá tocar dois a quatro temas comigo e também em conjunto com o trio. Ou seja: fica uma espécie de mistura. Mas também vamos fazer repertório que nunca fizemos os três, nem gravei com o João nem cantei com o trio. Vai ser uma surpresa agradável.” O convite a João Paulo Esteves da Silva tem duas razões, que Ricardo explica: “O disco foi muito bem aceite, as pessoas gostaram, mas tive sempre um amargo de boca porque em certos concertos as pessoas pediam fados e eu tinha de avisar, logo de início, que ali iriam ouvir uma outra coisa. Por outro lado, o João Paulo é para mim muito importante, como músico e como pessoa. E é um poeta. Era importante tê-lo aqui em Lisboa, neste concerto.”

Para Teresinha Landeiro, cantar no Castelo de São Jorge é uma estreia. “É a primeira vez e fiquei muito contente. Fui ver vários concertos lá, de fadistas que eu admiro e quando surgiu o convite até fiquei emocionada, porque é um sítio que eu acho muito bonito e sonhava um dia cantar lá. Fiquei mesmo muito contente com o convite.”

Com dois discos gravados, Namoro (2018) e Agora (2021), apresentado ao vivo a 1 de Julho do ano passado no Tivoli, neste concerto ecoará o repertório de ambos: “Vai passar pela apresentação do último disco, só que, como conta com dois convidados, acaba por ser um bocadinho diferente. A Mimi vai cantar um tema dela, Outono, e vai cantar O Mundo [com letra de Teresa e música de Pedro de Castro], cantamos sempre juntas, tanto um tema como o outro. O Agir a mesma coisa. Vai cantar, dele, Mesa para dois e um tema meu, Apenas sombra [também com letra dela e música de Pedro de Castro e André Ramos].”

Não estarão com ela os seus músicos habituais, “porque não estão cá”, mas vão acompanhá-la Bernardo Romão (guitarra portuguesa), Bernardo Saldanha (viola de fado) e Daniel Pinto (baixo). “O concerto começa com o novo disco”, diz Teresinha, “mas passa também pelo primeiro single do Namoro, pelo Fado Perseguição [Teus olhos nos meus], numa viagem rápida pelo primeiro disco e, como estamos nos Santos Populares, haverá uma ou duas marchas, que fazem parte daquilo que eu gosto de cantar e que me habituei a cantar nas casas de fado.”

Sugerir correcção
Comentar