Varíola-dos-macacos: OMS recomenda vacinação para contactos de risco e profissionais de saúde

A Organização Mundial da Saúde emitiu esta terça-feira uma orientação provisória para a vacinação contra a varíola-dos-macacos. Em Portugal, ainda não existe nenhuma indicação sobre a eventual estratégia de vacinação.

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A OMS não recomenda a vacinação de toda a população Reuters/DADO RUVIC

No mesmo dia em que a União Europeia anuncia a compra de mais de 100 mil doses de vacinas contra a varíola-dos-macacos, a Organização Mundial da Saúde recomenda a administração de vacinas para os contactos de risco e os profissionais de saúde ou técnicos de diagnóstico da doença. A posição está incorporada numa orientação provisória para a estratégia de vacinação emitida esta terça-feira.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça que a vacinação em massa, ou seja de toda a população, não é recomendada para o surto de varíola-dos-macacos (monkeypox ou VMPX). A vigilância e a contenção são prioritárias para a OMS, que aponta também para a necessidade de aumentar o rastreio de contactos e a monitorização dos casos confirmados.

Esta terça-feira foram ultrapassados os 1500 casos confirmados em países onde a doença não é endémica, tendo Portugal atingido os 231 – mantendo-se como o país com mais casos confirmados por milhão de habitantes.

Quanto à estratégia de vacinação, que Portugal ainda não apresentou, a OMS recomenda a administração de doses de vacinas de segunda ou terceira geração a contactos de casos confirmados ou suspeitos – até quatro dias após o contacto (ou até 14 dias caso não se desenvolvam sintomas).

Nestes casos o grau de risco também difere consoante o tipo de contacto. A OMS aponta que os contactos de risco elevado ou médio devem tomar a vacina após a exposição. Um contacto de médio médio inclui proximidade no mesmo espaço físico sem usar equipamento de protecção adequado. Já um contacto de alto risco pressupõe a inalação de gotículas ou pó de locais contaminados, contacto físico directo, coabitação ou exposição a materiais contaminados (como toalhas, objectos ou roupa).

No caso dos profissionais de saúde ou de laboratórios de diagnóstico do VMPX, é recomendada a vacinação como medida preventiva para todos os que possam estar em risco de exposição. A OMS refere que as pessoas que “podem estar em risco neste surto são os funcionários de instalações de saúde e de laboratórios que trabalham com esta família de vírus ou fazem diagnóstico da infecção.”

No caso de contacto com um caso confirmado ou suspeito há grupos prioritários na vacinação contra o VMPX: crianças, grávidas e pessoas imunocomprometidas. Estes grupos de risco, assim definidos pela OMS, encontram-se em maior risco de desenvolver doença grave do que a restante população. No entanto, apesar disso, a vacinação preventiva não é recomendada nestes casos – apenas após contacto com um caso.

No dia seguinte ao anúncio do primeiro caso de VMPX em Portugal, o Centro Europeu de Controlo de Doenças já admitia a possibilidade de vacinação dos contactos de alto risco, estratégia agora também recomendada (e ampliada) pela OMS. Ao contrário da Direcção-Geral da Saúde, as autoridades nacionais de outros países europeus já apresentaram indicações para a vacinação contra o VMPX, sendo que Canadá, Espanha, Estados Unidos, França ou Reino Unido já começaram a administrar doses a contactos de risco e profissionais de saúde.

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