Dois corpos encontrados nas buscas por desaparecidos na Amazónia, diz família de Dom Phillips

Polícia Federal e associação indígena não confirmam a informação que os familiares dizem ter recebido da embaixada brasileira em Londres.

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Reuters/PILAR OLIVARES

A família do jornalista britânico Dom Phillips diz ter recebido informações da embaixada brasileira no Reino Unido de que o seu corpo e o do especialista em assuntos indígenas Bruno Pereira foram encontrados. Tanto a Polícia Federal como a associação para a qual o antropólogo trabalha desmentem.

Dom Phillips e Bruno Pereira desapareceram na semana passada na Amazónia.

Alessandra Sampaio, mulher de Phillips, disse ao portal G1, da TV Globo, que foi informada por amigos que participavam nas buscas de que tinham sido encontrados os dois corpos. Acrescentou também que a Polícia Federal lhe telefonou com dados sobre a localização, mas que não tinha ainda identificado os cadáveres oficialmente. Já o cunhado do jornalista, Paul Sherwood, disse ao The Guardian que o embaixador brasileiro no Reino Unido lhe telefonou com a mesma informação logo de manhã.

A Polícia Federal, entretanto, emitiu um comunicado segundo o qual “não procedem as informações que estão sendo divulgadas a respeito de terem sido encontrados os corpos do sr. Bruno Pereira e do sr. Dom Phillips.”

Um porta-voz da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), que trabalha habitualmente com Phillips e Pereira, veio também dizer que “não é verdade” que tenham sido encontrados dois corpos. “A busca continua”, disse Eliesio Marubo à Reuters.

A polícia anunciou no sábado que tinha encontrado material genético humano no local onde ambos foram vistos pela última vez, a 5 de Junho, na comunidade São Rafael, no Vale do Javari, estado do Amazonas. No domingo, as autoridades revelaram ter descoberto pertences pessoais de Dom Phillips junto à casa de um homem suspeito de estar envolvido no desaparecimento dos dois homens.

Phillips e Pereira estavam a viajar de barco pelo rio Itacoaí quando desapareceram. Deveriam ter chegado a Atalaia do Norte, onde o rio Amazonas faz fronteira com o Peru, mas nunca lá chegaram.

Também esta segunda-feira, Jair Bolsonaro deu uma entrevista a uma rádio na qual disse que “os indícios levam a crer que fizeram alguma maldade com eles”. O Presidente brasileiro, que foi criticado por alegadamente ter desvalorizado o caso, afirmou que “vai ser muito difícil encontrá-los com vida”.

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