Arquitectura

Na Casa 15, a luz natural convida-nos a entrar e conta-nos a história do dia

A habitação da autoria de André Malheiro, em Braga, assume a separação entre o privado e o público como uma prioridade. No interior da casa, é a luz natural quem nos diz onde devemos — ou não — ir.

©Ivo Tavares Studio
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Era um projecto perdido do arquitecto André Malheiro. Em 2019, começou a materializar-se no que viria a ser, dois anos mais tarde, a Casa 15, uma habitação em Braga que encontra na luz natural a sua personagem principal. “A luz acaba por contar uma história do próprio dia”, conta o arquitecto do am-arqstudio. O dia começa com luz na zona da cozinha, dos pequenos-almoços”. As horas passam e os raios de Sol vão apontando para zonas como a mesa de jantar e, por fim, a sala de estar, como se conhecesse a vida dos que habitam a casa.

Adjacente ao processo de construção, esteve o desejo do cliente em manter as zonas de recato e de convívio separadas. Mais uma vez, é a luz natural quem guia os visitantes. “Cozinha e sala de jantar são zonas de muito convívio. Nessas zonas, a luz entra mais, para que as pessoas sejam convidadas a estar lá”, explica o arquitecto. Em zonas destinadas ao descanso, ficou reservada uma ambiência menos iluminada, menos propícia à exploração.

Contra a tendência natural de uma casa com menos luz poder ser mais fria, o arquitecto revela que a madeira foi utilizada para criar continuidade térmica e luminosa entre o exterior e o interior. “A madeira contamina, do ponto de vista de sensação térmica, todos os espaços. Mesmo onde acabaríamos por não ter tanta luz a entrar, a tendência é que aquela sensação de termos ali um elemento quente acaba por chegar a esses espaços.”

Sobre a utilização de “tons mais pesados, mais industriais” e de materiais como betão no interior, André Malheiro explica que estes ajudaram a construir a narrativa da casa. Usa o corredor como exemplo: “Criámos aquele corredor para a zona dos quartos que é claramente mais escuro. Mas temos uma zona de marcação da janela que permite a entrada de luz, garante claridade, sem perdermos noção que estamos num espaço que nos está a encaminhar para algo mais privado, recatado” — onde já só alguns são convidados a entrar.

Texto editado por Renata Monteiro

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