A Ibersol vai apreciar uma nova proposta da Restaurant Brands Ibéria (RBI) para compra dos cerca de 160 restaurantes Burger King em Portugal e em Espanha, através da compra das sociedades Iber King - Restauração, S.A, e Lurca S.A.U.

A informação foi avançada esta segunda-feira pela Ibersol, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), e acontece 10 dias depois de o grupo nortenho que explora as cadeias de restaurantes Pizza Hut, KFC, entre outras, ter rejeitado uma proposta de compra feita pela mesma entidade espanhola.

A oferta vinculativa atribui um valor à empresa (enterprise value) de 250 milhões de euros, “numa base cash and debt-free”, o mesmo apresentado inicialmente, mas a que acrescem agora mais “sete milhões relativos a créditos fiscais e três milhões [de euros] do investimento em dois restaurantes adicionais abertos em 2022, sujeitando o pagamento de parte do preço (no valor de 13 milhões de euros) à verificação de condições relacionadas com a evolução futura do EBITDA [resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] e/ou geração de cash flows”, bem como “à realização de due diligence adicional e à discussão da documentação contratual da potencial transacção”, lê-se no comunicado.

A nova oferta incluiu “a proposta não solicitada de aquisição pela RBI, por oito milhões de euros, de cinco activos imobiliários não incluídos anteriormente no perímetro da potencial transacção”.

“Neste contexto, o Conselho de Administração da Ibersol deliberou apreciar a oferta vinculativa revista no sentido de avaliar a existência ou não de condições para dar continuidade às negociações na sequência desta oferta”, acrescentou.

A anterior oferta tinha sido feita a 3 de Junho, rejeitada pela Ibersol dois dias depois.

O anúncio oficial de conversações entre as duas empresas aconteceu poucos dias depois de o Burger King ter rescindido o contrato com a Ibersol para o desenvolvimento da marca em Portugal, a 6 de Fevereiro de 2022, invocando incumprimento na abertura e remodelação de restaurantes, numa decisão que a cotada portuguesa considerou “injusta e desajustada”.

O contrato de desenvolvimento permitia que a Ibersol, que está cotada na bolsa portuguesa, construísse mais 27 novos restaurantes durante os anos de 2022 e 2023. Com Lusa