“Bem-vindos à República Popular. Porque estão tão tristes?”

Foi no Donbass que tudo começou e é no Donbass que a invasão russa da Ucrânia se desenrola. Anos antes, Sergei Loznitsa decidiu abrir um portal para esta região ocupada por forças alinhadas com o Kremlin. Sem referências ou explicações geopolíticas, Donbass mostra-nos uma Ucrânia paralela, que escolhe a violência como linguagem comum.

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Um autocarro em condições altamente precárias recebe ordem para parar num posto de controlo militar. “Zona ocupada no Leste da Ucrânia” é a única informação de que dispomos. Um homem armado e vestido de camuflado militar entra e proclama: “Bem-vindos à República Popular. Porque estão tão tristes?”. De seguida, diz que está com fome e pergunta se alguém tem qualquer coisa para o satisfazer. Com relutância, uma idosa retira da sua mala um pedaço de toucinho embrulhado em papel. O homem faz menção de ficar com o pedaço inteiro, mas ela pede-lhe para tirar só metade. Ele aceita, mas avisa que há outro posto de controlo mais à frente.

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