Vacinação sazonal contra a covid-19 e gripe inicia-se a 5 de Setembro para maiores de 65 anos

O Ministério da Saúde tem em stock 6,9 milhões de vacinas contra a covid-19 destinadas ao plano de vacinação sazonal. Há 15 milhões de euros para comprar vacinas da gripe.

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O Governo tem 6,9 milhões de vacinas contra a covid-19 em stock LUSA/MÁRIO CRUZ

A vacinação sazonal para o próximo Outono-Inverno 2022/2023 contra a covid-19 e a gripe vai iniciar-se a 5 de Setembro, em simultâneo, para as pessoas a partir dos 65 anos, informou esta quarta-feira a directora-geral da Saúde, em conferência de imprensa em Lisboa. A meta, apesar de as autoridades de saúde admitirem mudanças ao longo do plano, é que em Dezembro “todas as pessoas vulneráveis possam estar vacinadas”, referiu Graça Freitas. Estas pessoas poderão ser vacinadas independentemente do número de doses que já tenham tomado.

O Ministério da Saúde tem já em stock 6,9 milhões de vacinas contra a covid-19 destinadas ao plano de vacinação sazonal, informou também a ministra da Saúde. Já para a vacinação da gripe, foi atribuído um montante de 15 milhões de euros para a compra de vacinas.

Entre os grupos elegíveis para a toma das duas vacinas estão: pessoas com 65 ou mais anos; residentes em lares e Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI); pessoas com mais de 18 anos com doenças graves associadas (Norma 002/ 2021), por exemplo, insuficiência cardíaca, doenças pulmonares graves, entre outras; e profissionais de saúde de ERPI. Para a vacina da gripe estão ainda elegíveis as grávidas e as crianças com patologia crónica. Graça Freitas adiantou que a Comissão Técnica de Vacinação contra a covid-19 está a estudar a possibilidade de os dois grupos tomarem também a vacina sazonal contra o SARS-CoV-2. “É apenas uma possibilidade que vai ser decidida em função dos estudos.”

Marta Temido referiu ainda que 40% da população elegível actualmente, ou seja, com mais de 80 anos, para a segunda dose de reforço já foi vacinada, o que corresponde a 253 mil pessoas. No que respeita aos lares, a vacinação chegou já “todos os que estavam elegíveis” — onde não existiam surtos activos (75% das instituições).

Para já, não está contemplado o uso de vacinas adaptadas à variante Ómicron do SARS-CoV-2. Apesar disso, as autoridades de saúde ressalvam que vão trabalhar com as vacinas que estiverem disponíveis à data em que for iniciado o plano de vacinação, em Setembro, não fechando por isso a porta a essa possibilidade. “Este plano será adaptado em função de novas variantes que possam aparecer, alterações na efectividade vacinal e novas vacinas que também possam surgir”, frisou a directora-geral da Saúde.

A ministra da Saúde já tinha referido na segunda-feira que esta campanha de vacinação poderia incluir as vacinas adaptadas à Ómicron caso os ensaios clínicos o permitam.

“Relativamente à disponibilidade de vacinas adaptadas, os contratos que foram celebrados a nível europeu, pela Comissão Europeia, prevêem essa possibilidade”, disse o Presidente da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), Rui Santos Ivo. “As quantidades que a senhora ministra fez referência decorrem desses contratos e, portanto, há doses que já estão entregues no nosso país, mas também estão previstas outras doses que nos cabem e, se de facto vierem a ser disponibilizadas vacinas adaptadas, elas já estão previstas e serão disponibilizadas ao abrigo desses mesmos contratos”, completou.

O processo de vacinação sazonal, à semelhança do que aconteceu anteriormente, vai decorrer de uma forma progressiva e faseada na lógica da protecção dos mais vulneráveis. A primeira fase vai contemplar os lares e ERPI e os maiores de 80 anos; na segunda ou terceira semana de Setembro começam a ser vacinadas as pessoas com 70 ou mais anos; e cerca de um mês depois as pessoas com 65 anos ou mais.

O plano prevê a co-administração da vacina da gripe e da covid-19, tal como aconteceu em 2021, com um intervalo mínimo entre doses da vacina contra a covid-19 de três meses. A novidade esta época gripal é que a vacina a administrar a pessoas residentes em ERPI vai ser “tetravalente reforçada”. “É uma vacina especial que estamos a usar pela primeira vez em Portugal, apenas para os residentes em lares”, disse Graça Freitas.

Espera-se administrar 300 mil doses por semana, o que “implica um rearranjo dos centros de vacinação”. A vacinação contra a covid-19 em farmácias, tal como acontece com a vacina da gripe, não está para já prevista. “O núcleo de planeamento da vacinação contra a covid-19 está neste momento a trabalhar os aspectos de logística” que, prevê a ministra da Saúde, “será suficiente para vacinar” a população elegível.

A estratégia baseia-se nos pressupostos de que as variantes vão manter um perfil semelhante às que estão em circulação e que a efectividade vacinal contra a doença grave e morte se mantém semelhante à actual.

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