Aos 83 anos, Horie é a pessoa mais velha a atravessar sozinha o Oceano Pacífico

Durante 69 dias, o japonês navegou o Oceano Pacífico de ponta a ponta, sozinho e sem escalas. Dificilmente será o último desafio: “Ainda estou a meio da minha juventude”.

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Kenichi Horie fotografado em Fukuyama, no Japão, em 2007 Kurita KAKU/Gamma-Rapho via Getty Images

Aos 83 anos, Kenichi Horie tornou-se a pessoa mais velha do mundo a completar uma viagem a solo e sem escalas pelo oceano Pacífico, depois de cruzar o Estreito de Kii, na costa oeste do Japão no sábado, regressando a casa após 69 dias de navegação desde São Francisco, nos EUA.

No domingo, depois de passar a noite no seu Suntory Mermaid III, um veleiro com seis metros de comprimento, Horie foi rebocado até ao porto de Shin Nishinomoiya, tendo sido recebido em festa pelos habitantes locais e apoiantes da epopeia, conta a Associated Press.

Na cidade norte-americana, antes de embarcar na travessia transpacífica, reforçou a caixa de medicamentos, recordava aos jornalistas para sublinhar que, durante mais de dois meses sozinho no mar, apenas usou gotas para os olhos e pensos rápidos. “Isso mostra como sou saudável”, apontou o japonês de 83 anos. “Ainda estou a meio da minha juventude”. Diz ter “queimado todo o corpo e alma” na viagem, mas “vai continuar o trabalho”.

Durante a tarde de domingo, numa conferência de imprensa, Kenichi Horie confessava que tornar-se a pessoa mais velha a atravessar sozinha o oceano Pacífico era um sonho tornado realidade. “Foi a minha grande alegria ter sido capaz de traçar um desafio como um objectivo real e alcançá-lo em segurança, em vez de apenas agarrar-me a ele como um sonho”, afirmava. “Quero desafiar-me enquanto viver.”

Em 1962, Horie tornou-se a primeira pessoa no mundo a completar com sucesso uma viagem a solo e sem paragens através do Pacífico, desde o Japão até São Francisco. Sessenta anos depois, percorreu agora o mesmo trajecto em sentido contrário. Não foram as únicas aventuras sozinho pelo mar: em 1974, velejou à volta do mundo; e em 2008 foi do Havai ao Estreito de Kii, sem escalas, num barco movido pela força das ondas. “Imagino que a minha próxima viagem vá ser ainda mais divertida.”

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