Rafael Nadal ainda é o “rei da terra batida”

O tenista espanhol conquistou o 14.º título em Roland Garros e o 22.º (e segundo consecutivo) no Grand Slam.

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No dia 12 de Maio, Rafael Nadal estava a sair de Roma meio a coxear, devido ao crónico problema no pé esquerdo que se agravara, pondo em dúvida a presença em Roland Garros. Quatro semanas depois, e em mais uma prova da sua já lendária resistência, o tenista espanhol, de 36 anos, ergueu pela 14.ª vez a Taça dos Mosqueteiros, símbolo da excelência sobre a terra batida. Foi também o seu 22.º título em torneios do Grand Slam, o que, na discussão sobre o melhor de sempre, o distancia de Novak Djokovic e Roger Federer, ambos com 20.

Nadal não precisou de protagonizar uma grande exibição para se superiorizar ao seu último adversário em Roland Garros. Casper Ruud, 13 anos mais novo, nunca tinha estado numa final desta grandeza e nunca tinha defrontado o espanhol – a não ser em treinos, já que o norueguês se treina há quatro anos na Academia Rafa Nadal – e acabou por acusar o momento.

Ruud esteve igualmente longe do seu melhor, mas nem por isso deixou de ter oportunidades de, pelo menos, causar maiores dificuldades ao espanhol. Mas quando Nadal fraquejou, no início do segundo set, e cedeu um break, em branco e com uma dupla-falta, o norueguês não soube consolidar a vantagem de 3-1 e acabou mesmo por perder os… 11 jogos seguintes. Nadal encerrou a final ao fim de 2h18m, com os parciais de 6-3, 6-3 e 6-0 – a vitória mais expressiva do espanhol neste torneio, a par da primeira ronda, em que eliminou Jordan Thompson, com um triplo 6-2.

“É difícil descrever os sentimentos. É uma coisa em que nunca acreditei, estar aqui aos 36 anos, ser competitivo outra vez no mais importante court da minha carreira. Mais um título significa muito, muita energia a tentar. Não sei o que se irá passar no futuro, mas vou continuar a lutar para tentar e seguir em frente”, afirmou ainda no court, depois de receber a Taça dos Mosqueteiros das mãos de Billie Jean King – detentora de 12 títulos do Grand Slam e pioneira na luta pela igualdade de direitos entre sexos.

Pela primeira vez na carreira, Nadal ganhou os dois primeiros torneios do Grand Slam do ano e tornou-se no terceiro tenista a vencer um major após derrotar quatro top 10, juntando-se a Roger Federer (Open da Austrália de 2017) e Mats Wilander (Roland Garros de 1982), pois deixou pelo caminho Felix Auger-Aliassime (9.º), Novak Djokovic (1.º), Alexander Zverev (3.º) e Ruud (8.º). E estendeu o seu reinado em Roland Garros, que começou em 2005 e teve apenas interrupções pontuais em 2009 (derrotado por Robin Soderling nos “oitavos”), 2015 (eliminado por Novak Djokovic nos “quartos”), 2016 (desistiu após a segunda ronda, lesionado no pulso esquerdo) e 2021 (derrotado por Djokovic nas “meias”).

“Gosto do que faço, gosto de jogar ténis, gosto de competir. Eu, Roger e Novak já alcançámos os nossos sonhos. A competição por ser o melhor não é a minha motivação. É viver os momentos que ficam comigo para sempre, jogar diante das multidões, nos maiores estádios. É a paixão pelo desporto”, confessou, na conferência de imprensa.

Questionado sobre o futuro, Nadal não escondeu nada, como é habitual, e revelou que a síndrome de Müller-Weiss de que sofre no pé esquerdo pode precipitar o fim da carreira. “Nas circunstâncias actuais não quero jogar. Vou tentar encontrar uma solução para melhorar o meu problema no pé. Pude jogar nestas duas semanas graças a injecções anestésicas no nervo e joguei sem sensibilidade no pé. Por outro lado, é um grande risco, mas Roland Garros significa muito para mim e essa foi a única forma de poder dar uma oportunidade a mim próprio de poder competir. Para a semana, vamos tentar um tratamento diferente e, se não der resultado, pensarei na hipótese de uma cirurgia, sem ter a certeza de que posso voltar a competir. Mas vamos passo a passo, como sempre fiz na minha carreira”, adiantou.

A questão mais premente é saber se vai estar presente no próximo torneio do Grand Slam, que tem início dentro de três semanas. “Estarei em Wimbledon se o meu corpo estiver pronto. É um torneio que não quero perder”, garantiu Nadal.

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