“Eu não disse que era azeiteiro, eu disse que era foleiro”: Da Mood, a série sobre uma boy band portuguesa

RTP1 estreia este sábado nova série de Verão, passada na actualidade mas que recupera o filão dos anos 1990 dos Backstreet Boys e companhia.

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Tiago Teotónio Pereira em "Da Mood" Filipe Feio/SPi
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A era de ouro das boy bands foi talvez nos anos 1990 mas Da Mood, a série que a partir deste sábado dá música aos espectadores da RTP1, “é uma série contemporânea”, esclarece Sérgio Graciano, o seu realizador e que, com Marco Medeiros, teve a ideia para esta “dramédia” de tom burlesco e ao mesmo tempo sério sobre a formação de um grupo musical em que o talento… musical não é tudo. “Eu não disse que era azeiteiro, eu disse que era foleiro”, esclarece a personagem de Maria João Bastos sobre uma letra de uma canção no primeiro episódio.

“Isto é a minha juventude”, explica ao PÚBLICO Sérgio Graciano, profícuo realizador do audiovisual português que já muitas séries, novelas e alguns filmes assinou. Da Mood tem essa raiz na década dos Backstreet Boys, a única boy band nomeada no primeiro episódio da série que mistura drama e comédia e que ao longo de oito semanas ocupará o horário nobre do canal público (21h). Nesse primeiro capítulo, que o PÚBLICO já viu, ainda só desponta um conceito central da série — “cada episódio tem uma música que é composta durante o episódio e conforme o estado de espírito de uma personagem”, explica o realizador da série escrita por Henrique Dias (Pôr do Sol).

Protagonizada por Miguel Raposo, José Mata, Tiago Teotónio Pereira, Diogo Martins e Leo Bahia, a série mostra um advogado que quer ser produtor musical, um mecânico que quer dançar e um empregado de mesa que quer cantar (e canta). Escolhê-los não foi um casting à Ídolos, com fífias e desencontros ou grandes revelações, mas sim “papéis escritos com uma cara”. Há três anos que o elenco central está ligado ao projecto, pensado para cada um destes jovens actores e para Miguel Raposo, o compositor que encontra na criação de uma banda de rapazes bem parecidos uma fuga à sua carreira estagnada, e Rui Melo, o agente de talentos que só tem dois clientes e que vai ouvir um espectáculo de stand up que já sabe que “é mais do mesmo: merda, xixi, cócó, mas há mercado para todos”.

Da Mood, que também é o nome da banda, não quer ser uma sátira mas sim explorar “um tema quase intemporal” e que “foi o nascimento de qualquer coisa a música mudou muito com o aparecimento das boy bands”, explica Graciano, grupos em que “os cantores são muito artistas e pouco cantores”. Não querendo fazer uma crónica de um tempo, evoca naturalmente fenómenos pop como os concursos de talentos musicais que tanto fazem pelas audiências nos canais de televisão quanto as bandas internacionais e nacionais que gravitam à volta dessa ideia de boy band, dos Excesso aos D’Arrasar, dos One Direction aos D'Zrt ou BTS.

“Já realizei muitas séries [A Rainha e a Bastarda, Auga Seca, Chegar a Casa, A Generala, País Irmão ou Depois do Adeus] e esta foi a mais difícil que fiz porque cada cena tinha sete, oito, nove pessoas”, diz Graciano sobre o espírito da história, que se esquiva a focar-se numa só personagem — embora Rui seja o cicerone do espectador, cuja voz off de monólogo interior leva o espectador do passado embrionário dos Da Mood a um presente blockbuster — e que aborda temas como o da ansiedade, drogas ou depressão.

A série estará aos sábados à noite na RTP1 mas também no streaming da RTP Play logo a partir das 12h do mesmo dia.

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