José Mourinho: “Sinto-me jovem e vão ter de me aturar mais uns anos”

Treinador português confessa que a adora a Roma e que há “uma grande empatia” com os responsáveis do clube e com os adeptos.

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EPA/MIGUEL A. LOPES

O treinador da Roma, o português José Mourinho, confessou nesta sexta-feira que se sente um “jovem”, apesar dos 59 anos e dos 26 títulos que já conquistou, e garantiu que vai manter-se no futebol durante mais uns anos.

“Sou o mesmo, ganhando ou não. Regresso sempre com mesma cara, depois da vitória ou depois da derrota. Sou sempre o mesmo”, começou por dizer o técnico setubalense, durante uma conferência de imprensa na Faculdade de Motricidade Humana (FMH), na Cruz Quebrada.

Mourinho, que recentemente conquistou a primeira edição da Liga Conferência, naquele que foi seu 26.º título, no primeiro ano como treinador do emblema italiano, sente-se no “princípio da carreira” e garante nunca ter escondido aquilo que é e o que pensa.

“Estou no princípio da carreira, tão simples quanto isso. Se mudei, foi para melhor. Aprendi com erros, fui mudando com as experiências vividas e fui-me adaptando a novas situações. Às vezes, alguns de nós gostam de vender uma imagem diferente daquilo que somos, mas nunca escondi aquilo que sou e penso”, assegurou.

A preparação da final da terceira prova da UEFA “não mudou nada em relação à primeira”, de acordo com o técnico. “São os 90 minutos em que me sinto mais tranquilo, não dá para ter sensações. Isto para comparar com aquilo que eu era há 20 ao nível da motivação. Sinto-me jovem e vão ter de me aturar mais uns anos”, transmitiu.

Depois, deu conta de como passou a mensagem aos seus jogadores, entre os quais Rui Patrício e Sérgio Oliveira, para superarem os neerlandeses do Feyenoord (1-0), em Tirana, na Albânia. “A visão de uma final é a pressão ser tão grande... Como treinador, tenho de tentar reduzir ao máximo a pressão daqueles que jogam e tentar analisar o jogo antes de acontecer. Tentar colocar os jogadores numa situação confortável e com poucas dúvidas”, contou.

Após o apito final em Tirana, Mourinho festejou de mão aberta, aludindo aos cinco títulos conquistados nas cincos finais europeias em que esteve presente. “Pelos críticos, nunca me preocupei muito com isso. A maneira como festejei tem só um fundamento: não sou aquilo que era, um jovem preocupado com a sua ascensão, crescimento e provar o dia-a-dia. Transformei-me numa pessoa menos egocêntrica, que vive muito mais para os outros do que para mim”.

Por fim, falou da forma como é acarinhado na capital italiana e elogia a frontalidade dos responsáveis dos “giallorossi” quando o contrataram há um ano.

“Adoro estar lá [na Roma], não adoro quanto perco e ali perco mais vezes do que noutro sítio. Adoro porque me adoram e porque tive uma relação de grande empatia com quem está dentro do clube e fora do clube. Sinto-me bem ali, ninguém me mentiu, ninguém me levou ao engano, nem me prometeram muitos zeros [para contratações]. Estou ali porque gosto”.

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