EUA e Taiwan lançam novo plano de relações comerciais

Negociações para futuro acordo surgem uma semana depois de Joe Biden ter apresentado uma iniciativa económica para a região do Indo-Pacífico que deixou de fora a ilha.

Foto
Encontro entre a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, e a senadora norte-americana Tammy Duckworth EPA/MAKOTO LIN / TAIWAN PRESIDENTIAL HANDOUT

Os Estados Unidos e Taiwan concordaram em desenvolver um novo plano de relações comerciais, uma semana depois do Presidente norte-americano, Joe Biden, ter apresentado uma iniciativa económica para a região do Indo-Pacífico que deixou de fora a ilha.

A vice-representante comercial dos EUA, Sarah Bianchi, e o ministro taiwanês sem pasta, John Deng Chen Chung, encontraram-se virtualmente num evento organizado pelo Instituto Americano em Taiwan, a embaixada de facto de Washington na ilha autónoma, segundo informou o jornal South China Morning Post.

O futuro acordo visa, segundo um comunicado do Gabinete da Representante Comercial dos EUA, “aprofundar a relação económica e comercial, avançar as prioridades comerciais mútuas com base em valores partilhados e promover a inovação e o crescimento económico inclusivo”.

"Os Estados Unidos e Taiwan pretendem usar a Iniciativa EUA-Taiwan sobre o Comércio do Século XXI e o seu envolvimento contínuo com as partes interessadas para avançar e aprofundar a importante relação económica e comercial EUA-Taiwan”, refere o comunicado.

A iniciativa abrange onze áreas-chave, incluindo “facilitação do comércio, práticas regulatórias, agricultura, anticorrupção, apoio a pequenas e médias empresas, comércio digital, direitos laborais, ambiente, empresas estatais e práticas não comerciais e políticas”.

O anúncio das negociações surge um dia depois da uma delegação norte-americana, liderada pela senadora democrata Tammy Duckworth, ter chegado a Taipé para uma visita não anunciada, que motivou um protesto formal por parte da embaixada chinesa em Washington.​

Joe Biden lançou na semana passada, durante um discurso em Tóquio, um plano económico, o Quadro Económico do Indo-Pacífico (IPEF, na sigla em inglês) que inclui 13 países da região e do qual Taiwan ficou excluído.

Washington vê o IPEF como uma ferramenta fundamental para combater a influência da China na Ásia, depois de os Estados Unidos terem abandonado as negociações do Acordo Transpacífico de Cooperação Económica (TPP) durante a presidência de Donald Trump.

A China afirmou que a iniciativa norte-americana é uma estratégia enganosa dos Estados Unidos, que se apresenta “sob a bandeira de liberdade e abertura, quando na realidade quer apenas criar pequenos círculos” na tentativa de conter Pequim, segundo uma declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Sugerir correcção
Comentar