Guerra na Ucrânia hoje: o que precisa de saber

Lavrov definiu a “libertação” do Donbass como “prioridade incondicional” para a Rússia. Na Europa, 55% dos inquiridos apoiam o corte dos laços económicos com Moscovo. Está confirmado: a UE vai cortar quase 90% do comércio com a Rússia até ao final do ano. Um resumo em actualização ao longo do dia.

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Apartamento destruído pelo bombardeamentos russos na região de Donetsk, no Leste da Ucrânia Reuters/SERHII NUZHNENKO

Actualizado às 00h00

Viktor Orbán mostrou-se finalmente disponível para apoiar uma solução de compromisso para o embargo total das exportações de petróleo no final da reunião extraordinária do Conselho Europeu. Na prática, a UE vai cortar quase 90% do comércio com a Rússia até ao final do ano.

► As opiniões negativas sobre a Rússia vêm sobretudo dos países europeus e outras democracias liberais, revelou o inquérito anual global da Aliança para as Democracias​. Na Europa, 55% dos inquiridos apoiam o corte dos laços económicos com Moscovo, mas a opinião não é partilhada pela maioria dos asiáticos inquiridos. Na América Latina, mais concretamente na Colômbia, os resultados dividem-se.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, rejeitou uma nova operação militar na Ucrânia depois do Donbass, que definiu como “prioridade incondicional” para Moscovo. Segundo Lavrov, a invasão da Ucrânia tornou-se “inevitável” perante a inacção do Ocidente em relação ao alegado desrespeito do Governo de Kiev e dos militares para com os cidadãos russófonos no país.

Pelo menos três pessoas morreram e cinco ficaram feridas enquanto as tropas russas entraram nos arredores da cidade de Severodonetsk, na província separatista de Donetsk. Os habitantes estão sem água, gás e electricidade e, segundo Volodymyr Zelensky, “90% das casas estão completamente danificadas”.​

►A procuradora-geral ucraniana, Iryna Venediktova, acusou as forças russas de cometerem um crime de guerra na região de Sumy.

A Ucrânia anunciou que vai apresentar a primeira acusação de violação contra um soldado russo. A procuradora-geral, Irina Venediktova, afirmou que Mikhail Romanov será julgado por assassinar um civil e cometer “actos de violência sexual” contra a mulher.

​► Moscovo sofreu um grande número de baixas entre oficiais de patente intermédia e subalternos, aumentando a perspectiva de uma eficácia militar mais fraca no futuro, revelou o Reino Unido. Segundo a Ucrânia, a Rússia já perdeu mais de 30 mil soldados.​

​► A região ucraniana de Kherson, território controlado pela Rússia, começou a exportar os cereais que foram colhidos no ano passado para a Rússia. Segundo um alto funcionário local, os ucranianos concordaram em vender os cereais à Rússia.​

► O autarca da cidade de Mariupol estima que o número de corpos de civis encontrados até ao momento em valas comuns tenha alcançado os 22 mil, mas o valor pode aumentar “significativamente”. Os combatentes ucranianos que se renderam após os confrontos na fábrica Azovstal serão julgados e arriscam a pena de morte, afirmou um responsável do território separatista russófono de Donetsk.​​

► Um jornalista francês foi morto perto de Severodonetsk, vítima de um bombardeamento russo enquanto viajava numa caravana humanitária em que seguiam vários civis retirados da região de Lugansk. A Procuradoria Nacional Antiterrorismo (PNAT) de França determinou a abertura de uma investigação por crimes de guerra.​

► A NATO já não se considera vinculada a um acordo de 1987 com a Rússia que limitava o estacionamento permanente das suas tropas no centro e leste da Europa, visto que Putin “saiu de todas as normas”, disse o vice-secretário-geral da NATO, Mircea Geoana.​

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