Governo reconhece que Metro de Lisboa precisa de mais trabalhadores

O ministro do Ambiente e da Acção Climática admite ser “inevitável” contratar mais trabalhadores e tomar medidas que “melhorem as condições de trabalho” no Metro de Lisboa.

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Vista do novo túnel que ligará a estação de Metropolitano do Rato à futura estação Estrela LUSA/TIAGO PETINGA

O ministro do Ambiente e da Acção Climática, Duarte Cordeiro, admitiu, este sábado, que é “inevitável” contratar mais trabalhadores para o Metro de Lisboa e afirma que tem “plena consciência que é necessário tomar um conjunto de medidas de natureza operacional que melhorem as condições de trabalho”. O ministro falou aos jornalistas durante uma visita às obras do novo túnel que irá ligar o Rato à Estrela.

Os sindicatos afirmam ser necessário um reforço imediato de 30 maquinistas e Duarte Cordeiro garantiu estar a “trabalhar para, durante este semestre, poder confirmar o reforço dos trabalhadores para fazer aquilo que é necessário para a progressão interna para a carreira de maquinista”. Porém, como explicou, os trabalhadores que venham a ser contratados não poderão exercer a profissão de maquinista de imediato e, portanto, admite que existe a possibilidade de ser aberto um concurso interno dentro do Metro de Lisboa.

Salientou ainda que irá “procurar contabilizar o que são no imediato, medidas que permitam melhorar as condições de trabalho e ao mesmo tempo desbloquear aquilo que é a greve ao trabalho suplementar”, que afecta “a actividade do metropolitano de Lisboa”. Estão a ser tomadas medidas durante esta semana de forma a dar uma resposta imediata e “chegar a bom porto” nas negociações com os sindicatos.

Nova empreitada é “complexa”

Este sábado, foi assinado o auto de consignação do lote 2 da linha circular do metro, que assinala o início da construção dos toscos do túnel entre a estação de Santos e o Cais do Sodré e a ligação do novo túnel do Rato à estação da Estrela. Para além das duas novas estações, esta extensão contará com dois quilómetros de rede, unindo as linhas amarela e verde entre o Rato e o Cais do Sodré, numa linha circular no centro de Lisboa.

De acordo com o Presidente do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa, Vítor Domingos dos Santos, ​a futura estação de Santos será localizada nas instalações do Regimento de Sapadores Bombeiros, resultado de um acordo assinado com a Câmara Municipal de Lisboa. A estação terá acesso principal pela Avenida D. Carlos, com acesso lateral pela Madragoa, próximo do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa. A actual estação do Cais do Sodré será renovada e possuirá um átrio poente com acesso exterior ao Mercado da Ribeira e ligações à linha da CP.

Vítor Domingos dos Santos admite que esta nova empreitada é “difícil e complexa”, mas que na conclusão da nova expansão “todos irão reconhecer as mais-valias e os benefícios dessas linhas para a Área Metropolitana de Lisboa”, salientando que contribuirá para a melhoria da mobilidade sustentável na cidade de Lisboa, fomentando a acessibilidade e a conectividade em transporte público e reduzindo os tempos de deslocação. A implementação da linha circular é um contributo para uma reorganização metropolitana, trazendo um expectável aumento do número de utilizadores do transporte público e uma diminuição da utilização de transporte individual, com benefícios ambientais significativos.

A abertura ao público da nova expansão do Metro de Lisboa está prevista para o último trimestre de 2024. Contará com 375 carruagens, uma linha circular e 58 estações, bem como um sistema de comunicação com os passageiros e sistemas de segurança mais modernos.

Texto editado por Inês Chaíça

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