Descentralização: Supremo Tribunal recusa analisar providência cautelar da Câmara do Porto

Rui Moreira pediu intervenção da justiça no caso da descentralização em Março, mas Supremo Tribunal diz não ser da sua competência analisar o assunto. Autarquia vai levar caso à Provedoria da Justiça.

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Rui Moreira contesta passagem das escolas para os municípios Nelson Garrido

O recurso à justiça foi feito após esgotar a luta política com a qual tentou travar o processo de descentralização, mas de nada valeu. O Supremo Tribunal Administrativo (STA) recusou apreciar a providência cautelar apresentada pela Câmara do Porto, declarando que tal matéria fugia da sua competência por ser legislativa e não administrativa.

O anúncio foi feito pela própria autarquia, que em comunicado explica que os conselheiros se dividiram quanto à decisão: “Dois conselheiros entenderam que não se podiam pronunciar sobre a matéria porque as normas contestadas são de natureza legislativa e não administrativas. Um dos conselheiros votou vencido, considerando que esta interpretação equivale a uma violação do princípio de tutela de jurisdicional efectiva.”

A sentença não deixa espaço para recurso à Câmara do Porto, mas Rui Moreira não irá parar por aqui. “Esta situação configura uma denegação da justiça, restando assim à Câmara Municipal do Porto apresentar uma exposição à Senhora Provedora de Justiça, que, se concordar com o argumentário, poderá recorrer ao Tribunal Constitucional.”

O autarca do Porto considera que a descentralização em causa – que transfere para os municípios responsabilidades das escolas dos segundo e terceiro ciclos e ensino secundário – penaliza os municípios porque é feita sem o cheque necessário para a sua concretização. O Governo havia anunciado que teria 20 mil euros por cada estabelecimento de ensino, mas aumentou esse valor para 29 mil – um número que Moreira continua a considerar insuficiente.

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