Zapata Miralles é o nome novo nos “oitavos” de Roland Garros

O tenista espanhol veio do qualifying onde derrotou o português Gastão Elias.

Foto
Zapata Miralles EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON

Enquanto os favoritos do costume – leia-se Novak Djokovic e Rafael Nadal – vão ultrapassando adversários em Roland-Garros, rumo a um anunciado confronto nos quartos-de-final, nomes novos vão surgindo entre os últimos 16 candidatos à vitória no torneio. Como Bernabe Zapata Miralles, o primeiro tenista espanhol a vir do qualifying até aos oitavos-de-final desde que há registo (1983). A alegria era redobrada, pois o tenista nascido em Valência há 25 anos assegurou a estreia no top-100 do ranking mundial.

Habitual visita do nosso país – no final de 2020, foi semifinalista no challenger da Maia e, este ano, passou o qualifying e uma ronda no quadro final do Millennium Estoril Open – Zapata só tinha ganho um encontro dos quatro realizados no Grand Slam (no ano passado, no Open dos EUA). Em Paris, enquanto 131.º do ranking, entrou no qualifying, onde venceu Gastão Elias na segunda eliminatória e, na ronda de qualificação, esteve a perder (3-6, 2-4) com Luca Nardi, antes de vencer 12 dos 13 jogos seguintes. No quadro principal, já afastou um trio de norte-americanos: Michael Mmoh (176.º), Taylor Fritz (14.º) e, ontem, John Isner (26.º), por 6-4, 3-6, 6-4, 6-7 (5/7) e 6-3, depois de desperdiçar cinco match-points no quarto set, onde liderou por 5-2.

“Não esperava chegar aqui e para mim é um sonho”, admitiu Zapata, também adepto de futebol e desejoso de assistir à final da Liga dos Campeões, em Paris. “Oxalá tivesse um bilhete. Aproveito para desde aqui, pedir um a Florentino”, brincou o espanhol.

Quem tem intenções de estar no Stade de France no sábado à noite é Rafael Nadal. O campeoníssimo espanhol derrotou o holandês Botic van de Zandschulp (29.º), por 6-3, 6-2 e 6-4, e diz que o clube do qual é adepto tem mais possibilidades de conquistar a taça do que ele de ganhar o torneio pela 14.ª vez. “Ao Real Madrid só lhe falta ganhar um encontro”, brincou.

O número cinco do ranking terá agora pela frente Felix Auger-Aliassime (9.º), aconselhado pelo seu tio e treinador que o levou ao topo, Toni Nadal – que já avisou não ir assistir ao encontro. “Ele é quarto na Corrida [ranking de 2022] e um jogador do top-10; isso fala por si. Vai ser um bom teste e, de certa maneira, é o que eu preciso”, frisou Nadal.

Novak Djokovic derrotou Aljaz Bedene (195.º), por 6-3, 6-3 e 6-2, e vai agora defrontar Diego Schwartzman (16.º) que, há cinco anos, o obrigou a disputar cinco sets aqui. Alexander Zverev (3.º), também não cedeu qualquer set a Brandon Nakashima (75.º), para se encontrar com Zapata nos “oitavos”.

No quadro feminino, a estreante nesta fase chama-se Jil Teichmann (24.ª). A tenista suíça de 25 anos, nascida e criada em Barcelona, fez mais uma vítima com o seu ténis variado, Victoria Azarenka (15.ª), ao fim do mais longo encontro feminino nesta edição: 4-6, 7-5 e 7-6 (7/5), em três horas e 18 minutos. Foi a 14.ª vitória de Teichmann sobre uma top-20 na carreira e sétima este ano.

A sua próxima adversária é a única campeã do Grand Slam ainda em prova na metade inferior do quadro, Sloane Stephens (64.ª), campeã do Open dos EUA em 2017 e finalista aqui em 2018.

Amanda Anisimova beneficiou da desistência de Karolina Muchova (81.ª) – que tinha ganho a partida inicial, mas torceu o pé no início do segundo set – e vai defrontar Leylah Fernandez, surpreendente finalista no último Open dos EUA.

Coco Gauff, a mais jovem no quadro feminino com 18 anos, eliminou (6-3, 6-4) Kaia Kanepi, a mais velha do quadro com 36 anos, e avançou para os oitavos-de-final com Aliaksandra Sasnovich que derrotou a ex-número um mundial, Angelique Kerber, por 6-4, 7-6 (7/5).

Sugerir correcção
Comentar