Arquitectura

No Porto, construiu-se uma casa para passar a roupa a ferro

Devido à falta de espaço no edifício principal, a função do Garden Pavilion é ser um espaço para as lides domésticas. A obra é do arquitecto José Pedro Lima.

Ivo Tavares Studio
Fotogaleria
Ivo Tavares Studio

“Não existem divisões menores”, diz o arquitecto José Pedro Lima, e a prova é o Garden Pavilion, obra que assina, localizada no Porto. Um espaço que se destina apenas às lides domésticas, mas que é muito mais do que um simples anexo.

O jardim divide-se em dois patamares”, um mais acima do outro. É na parte de cima que assenta a extensão da casa principal. Dentro, “há um armário técnico” que “tem máquina de lavar, máquina de secar, um pequeno ar condicionado, e um termoacumulador”. Depois, percorremos “um pequeno pátio para ventilar o 'pavilhão' e para deixar a roupa a secar nos dias de verão”. Mais à direita, abre-se um corredor, e um “grande espaço que pode servir para passar a roupa [a ferro], para deixar roupa a secar num dia de chuva” ou “só para fruir do jardim quando está a chover”.

O arquitecto explica que a premissa do projecto, para além de criar uma divisão que fornecesse as condições necessárias à realização de várias tarefas domésticas, era que o espaço fosse “subserviente ao jardim e não o contrário”. Semelhante ao que acontece no palácio de Drottningholm, na Suécia, onde “é o jardim que faz a ligação entre os vários espaços do palácio”, no Garden Pavilion “o jardim passou a ser o novo foyer da casa”, afirma José Pedro Lima

Aquando da reabilitação do edifício principal, os proprietários “compraram um outro lote, que era uma antiga casa de interior de quarteirão do Porto”, demolida antes de o arquitecto “chegar ao processo”. O vermelho que agora pinta as paredes da estrutura já existia na construção inicial e a ideia foi combinar a cor com uma “linguagem de interior de quarteirão, mais tosca, mais artesanal” pronunciada através do betão branco. Um contraste propositado, “para se perceber que é um tempo de construção diferente” e para “transmitir um carácter de abrigo”, revela.

Texto editado por Renata Monteiro

Ivo Tavares Studio
Ivo Tavares Studio
Ivo Tavares Studio
Ivo Tavares Studio
Ivo Tavares Studio
Ivo Tavares Studio
Ivo Tavares Studio
Ivo Tavares Studio
Ivo Tavares Studio
Ivo Tavares Studio
Ivo Tavares Studio