Gilles Simon não quer despedir-se de Roland Garros

Mais horas extras para Stefanos Tsitsipas confirmar o favoritismo no torneio parisiense. João Sousa quebrou fisicamente e foi afastado.

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Gilles Simon somou a 500.ª vitória da carreira Reuters/YVES HERMAN

É da mesma geração que Jo-Wilfried Tsonga, mas, ao contrário do compatriota, Gilles Simon só vai arrumar as raquetas de vez no final da época. Até lá, o francês de 37 anos quer desfrutar de Roland Garros o máximo de tempo que puder. Ao ponto de já estar na terceira eliminatória. Primeiro, Simon eliminou o top 20 Pablo Carreño Busta, ao impor-se num quinto set que demorou uma hora. Nesta quinta-feira, afastou Steve Johnson, por 7-5, 6-1 e 7-6 (8/6), e somou a 500.ª vitória da sua carreira – em França, só Richard Gasquet e Gael Monfils contabilizam mais.

“É o meu último Roland Garros, é importante, tenho vontade de jogar bem, mas não é a mesma situação do que para Jo. E imagino que não seja a mesma emoção”, revelou Simon, depois das quatro horas de jogo com Carreño Busta. Frente a Johnson (92.º), o francês precisou de duas horas e meia e alguma colaboração do adversário num tie-break muito discutido.

“Estava a ficar sem paciência. Fiquei surpreendido por fazer um encontro como aquele há dois dias e hoje não queria desiludir. Se não comuniquei muito com vocês foi para gerir a minha energia. Mas senti que estavam lá a apoiar-me”, agradeceu Simon ao público.

Dois dias depois de recuperar de 0-2 em sets diante do italiano Lorenzo Musetti, o grego Stefanos Tsitsipas (4.º) teve novamente trabalho extra. O principal favorito da metade inferior do quadro teve de recuperar de 2/6 no derradeiro tie-break para evitar uma quinta partida com o checo Zdenek Kolar (134.º) – que, há dois meses, estava a disputar dois challengers no Jamor.

Vindo do qualifiying, Kolar deixou tudo o que tinha no court Philippe Chatrier, do qual saiu com o público a chamar o seu nome. “Ele deixou-me louco. Foi muito frustrante, porque ele estava por detrás de todas as bolas. Nada, nada fácil”, admitiu Tsitsipas, muito cansado após o triunfo por 6-3, 7-6 (10/8), 6-7 (3/7) e 7-6 (9/7).

João Sousa: “A minha bola não andava"

Quem não aguentou as exigências físicas dos últimos dias foi João Sousa (63.º), que acabou eliminado pelo italiano Lorenzo Sonego (35.º), por 7-6 (7/5), 6-3 e 6-4. “A parte física estava bastante debilitada, apesar de um primeiro set em que tive as minhas oportunidades. Tentei voltar um bocadinho ao meu jogo, ser agressivo, mas não consegui. As condições estavam ainda mais pesadas do que na primeira ronda e senti muito isso, que a minha bola não andava”, explicou o vimaranense, que dispôs de quatro set points, na partida inicial.

Sousa recebeu assistência médica no final do segundo set e, apesar das dificuldades, nunca desistiu, tendo ainda feito um break quando Sonego serviu a 5-2, no terceiro set. “Estou orgulhoso da minha prestação, devido às circunstâncias em que vinha, de fazer uma final em que estive muito perto do título [ATP de Genebra]. Apesar de tudo, acho que estive bem, consegui abstrair-me e adaptar-me o mais rápido possível a este torneio, que era ainda mais importante”, frisou.

Depois de uns dias de recuperação, Sousa vai preparar a época de relva e a participação em três torneios antes de Wimbledon. “Há dois torneios 250 e um 500 importantes para toda a gente, com pontos. Vou jogar em ‘s-Hertogenbosch, Halle e Maiorca”, revelou o minhoto.

Em frente, seguiram os favoritos Daniil Medvedev e Casper Ruud. Na véspera, Rafael Nadal derrotou o “convidado” francês Corentin Moutet, por 6-3, 6-1 e 6-4, para somar a 300.ª vitória em torneios do Grand Slam.

No torneio feminino, Iga Swiatek vai ficando, a cada dia, sem rivais. Primeiro foi Barbora Krejcikova, número dois do ranking e campeã em título, a anunciar a sua desistência por ter acusado positivo à covid-19. Depois, foi a inesperada vitória de Leolia Jeanjean (227.ª) sobre Karolina Pliskova (8.ª), por 6-2, 6-2. E, por fim, Danielle Collins (9.ª) perdeu com a compatriota Shelby Rogers (50.ª), por 6-4, 6-3, deixando as representantes do top 10 feminino reduzidas a três: Swiatek, Paula Badosa (4.ª) e Aryna Sabalenka (7.ª).

A polaca ganhou pela 15.ª vez, neste ano, um set sem perder qualquer jogo, para afastar Alison Riske (43.ª), por 6-0, 6-2, e somar a 30.ª vitória em sucessão, confirmando o enorme favoritismo.

Para mais, Simona Halep, campeã em 2018, foi igualmente surpreendida pela chinesa de 19 anos, Zheng Qinwen (74.ª), que se impôs, por 2-6, 6-2 e 6-1.

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