Da gastronomia ao desporto, há oito projectos para apoiar a inclusão de estudantes africanos em Aveiro

Laboratório de Cidadania Intercultural já deu os primeiros frutos. Estão delineadas actividades que abrangem as áreas do desporto, artes, empreendedorismo, preconceito e apoio ao estudo, entre outras.

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Labic Aveiro envolve a Universidade de Aveiro (UA), a Associação Mon Na Mon, a AIDA - Câmara de Comércio e Indústria de Aveiro, a Aga Khan Foundation e o Grupo Prifer Adriano Miranda

Cumpridas cerca de 20 sessões participativas, o Labic Aveiro - Laboratório de Cidadania Intercultural avança para uma nova fase. Esta quarta-feira, irão ser apresentados, publicamente, os Projectos de Inovação Comunitária (PIC) criados pelos jovens africanos lusófonos residentes em Aveiro, com a colaboração de vários elementos da comunidade. No total, são oito projectos, que vão desde as artes ao desporto, passando pelo empreendedorismo, acolhimento, apoio ao estudo e combinação de sabores africanos. Todos eles com o mesmo objectivo: contribuir para a integração social, cultural, académica e profissional da comunidade africana lusófona residente em Aveiro.

Na sessão desta noite, marcada para o auditório da Livraria da Universidade de Aveiro, os proponentes terão a oportunidade de ouvir os comentários e sugestões de vários jurados. “A ideia é que os proponentes possam obter o feedback dos elementos do júri, que são representantes de instituições parceiras, e também o seu eventual apoio para a concretização dos seis projectos”, explica Alexandra Ataíde, uma das coordenadoras do Labic Aveiro. Será uma noite de troca de ideias e, também, de acordos de compromisso. A partir daqui, os PIC avançam para o terreno, com a concretização das iniciativas previstas em cada um deles.

O “PreconceiTUs”, por exemplo, pretende reflectir sobre a desconstrução do preconceito, realizando debates e conversas sobre este problema. Já o PIC “Desporto Multicultural” deseja trabalhar o desporto como campo de reforço dos laços multiculturais, organizando actividades em espaços formais e informais, enquanto o “Sabi+” visa organizar um sistema de apoio ao estudo, que agregue e potencie diferentes respostas, de forma a facilitar a aprendizagem e a inclusão dos estudantes.

Da lista de PICs constam ainda o “Milártica” - projecto que reúne um conjunto de artistas lusófonos e visa ampliar a oferta de programas culturais lusófonos e promover a inclusão das pessoas de diferentes nacionalidades e culturas -, assim como o “Empreendedorismo e Empregabilidade”, que terá como missão favorecer a entrada no mercado de trabalho dos graduados. Destaque, ainda, para o “Mais mundo”, que visa abrir novos mundos e horizontes para os estudantes africanos, assim como para o “Acolhimento”, que pretende sistematizar os apoios e serviços disponíveis numa plataforma de fácil acesso. A lista de PICs encerra com o “Gastronomia Africana”, que deseja explorar o potencial da gastronomia africana como espaço de aproximação cultural e como micro-negócio.

Apelo à participação da comunidade

Estes oito projectos de inovação comunitária resultam de um total de “19 propostas e ideias” apontadas nas “sessões de diagnóstico”, aponta Sofia Peyssonneau, outra das coordenadoras do laboratório. Para fazer o “trabalho de fundo”, os participantes do Labic Aveiro juntaram-se na ilha da Purificação, na Ria de Aveiro, num bootcamp que decorreu no final de Abril.

Depois de cumprida esta primeira fase, importa, agora, apelar à comunidade aveirense para que se junte aos projectos do Labic. “Para haver uma verdadeira integração, a comunidade precisa de se envolver”, adverte José Carlos Mota, também ele coordenador do laboratório. Os cidadãos são, assim, chamados a participar na sessão de apresentação desta quarta-feira, bem como nas várias iniciativas que cada um dos projectos irá desenvolver.

O Labic Aveiro resulta de uma parceria entre a Fundação Aga Khan, a Universidade de Aveiro, a Associação Mon Na Mon, a AIDA - Câmara de Comércio e Indústria e tem como investidor social o Grupo Prifer.

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