Todd Boehly, o novo dono do Chelsea: um milionário com queda para o desporto

Norte-americano que lidera o consórcio que ganhou a corrida à compra do Chelsea tem investimentos em diferentes áreas, incluindo no beisebol e no basquetebol.

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Todd Boehly, ao centro, durante um jogo do Chelsea EPA/Tolga Akmen

À segunda tentativa, será de vez: Todd Boehly recebeu luz verde dos mais diversos quadrantes para avançar para a aquisição do Chelsea. Depois do aval dos representantes do clube e da Premier League, foi a vez de o Governo britânico aprovar a oferta 4,9 mil milhões de euros para finalizar um negócio que porá fim ao “reinado” de 19 anos de Roman Abramovich. Mas quem é este investidor?

Em traços gerais, Todd Boehly (o rosto principal do consórcio que ganhou a corrida ao Chelsea) é um empresário norte-americano de grande sucesso, de 46 anos, com interesses em diferentes áreas de negócio. Nascido em Bethesda, Maryland, este neto de imigrantes alemães começou a fazer fortuna na área do investimento, depois de ter desempenhado o cargo de presidente da firma Guggenheim Partners, em Chicago.

Actualmente, Boehly - que frequentou a London School of Economics nos anos 1990 - é essencialmente o rosto da Eldrige Industries, uma firma privada de investimento da qual é co-fundador e CEO. Entre a carteira de investimentos do grupo, criado em 2015, contam-se activos de media (como a Billboard, a Variety ou o The Hollywood Reporter), mas também apostas na área do imobiliário, da tecnologia e da mobilidade.

Um dos principais interesses de Boehly, de resto, prende-se com o desporto. O empresário, que também trabalhou para o Citibank em Inglaterra e que lidera interinamente a Hollywood Foreign Press Association, tem uma fortíssima ligação ao tecido desportivo profissional nos EUA. É co-proprietário dos LA Dodgers, estimando-se que detenha cerca de 20% do clube de beisebol, e lançou um canal regional para divulgar os seus conteúdos, o SportsNet LA.

O basquetebol, porém, também faz parte do cardápio do milionário, que possui uma participação minoritária nos LA Lakers e nas LA Sparks (equipa feminina). E mesmo a investida no futebol não é propriamente uma novidade. Nem sequer tendo o Chelsea como alvo. É que, em 2019, Todd Boehly já tinha feito uma oferta de 2,8 milhões de euros para a compra dos “blues”, que acabou por ser rejeitada por Roman Abramovich.

Agora, em parceria com Mark Walter (advogado que lidera o Guggenheim Partners) e com Hansjörg Wyss (bilionário que passou pela indústria automóvel, aeronáutica e de equipamento médico), Todd Boehly apresentou uma proposta vencedor, que, com o aval do Governo britânico, deverá redundar na efectiva compra do Chelsea.

Roman Abramovich comprou o clube londrino, em 2003, por 216 milhões de euros e foram vários os magnatas que demonstraram interesse na aquisição do Chelsea, desde que o empresário russo decidiu iniciar o processo de venda. Na lista final de propostas, subsistiram quatro investidores norte-americanos, com o consórcio liderado por Boehly a levar a melhor.

“Esta foi uma decisão incrivelmente difícil e custa-me muito deixar o clube desta forma. Contudo, acredito que é no interesse do clube. Foi um privilégio fazer parte do Chelsea FC e tenho orgulho em tudo o que conseguimos. O Chelsea e os seus adeptos vão ficar para sempre no meu coração”, escreveu Abramovich, no momento em que anunciou a venda.

Agora, com Todd Boehly aos comandos, é provável que a lógica de investimento nos “blues” se mantenha. Pelo menos a avaliar por aquilo que tem feito nos LA Dodgers, uma das equipas que mais investiram na última década, apresentando a mais alta folha salarial da temporada de 2022 da Major League Baseball (MLB), cerca de 271 milhões de euros. Esta aposta choruda, de resto, ajudou o clube a chegar a três World Series e a conquistar o título, em 2020.

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