Montenegro preparado para “suceder a Passos Coelho” como próximo primeiro-ministro do PSD

O candidato à presidência social-democrata defendeu que o PSD “é o único [partido] capaz de fazer as reformas de que o país precisa e que António Costa não tem coragem de fazer”.

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Ex-líder parlamentar do PSD acredita que será primeiro-ministro Rui Gaudencio

O candidato à liderança nacional do PSD Luís Montenegro assumiu-se esta terça-feira como preparado para ser o sucessor de Pedro Passos Coelho num próximo governo social-democrata, por se rever na capacidade do ex-primeiro-ministro para salvar o país dos “desequilíbrios” socialistas.

Num encontro com militantes na praia de Esmoriz, no concelho de Ovar, distrito de Aveiro, o advogado, que no próximo sábado disputa as eleições directas do PSD com Jorge Moreira da Silva, justificou a sua posição com o mérito que reconhece ao desempenho que Passos Coelho teve no Governo no período de 2012 a 2015.

“Ele fez um trabalho de salvação nacional com que colaborei muito de perto e de que muito me orgulho e honro, porque conseguimos recuperar o país da situação de bancarrota em que o PS o colocou. É por isso que não tenho nenhum problema em afirmar-me orgulhoso do trabalho que fizemos, o que não quer dizer que não esteja a perspectivar o futuro – eu já estou a olhar para o futuro, numa perspectiva de suceder a Pedro Passos Coelho como próximo primeiro-ministro do PSD”, declarou Luís Montenegro.

O ex-líder da bancada parlamentar “laranja” afirmou que “na sociedade portuguesa há uma percepção injustificada e injusta de que o PSD é um partido que actua com restrições e limitações”, mas garantiu: “Nós não somos só isso – apenas tivemos que corrigir os desequilíbrios que o PS criou.”

Luís Montenegro reconheceu, contudo, que o PSD tem actualmente “outros desafios e ambições”, cuja concretização dependerá do estado em que o país estiver quando se proporcionar uma efectiva campanha pela chefia do Governo. “Espero que, quando eu tiver que disputar eleições legislativas, o país não esteja de ‘pantanas’ como estava com 2011, quando Passos Coelho ganhou e, como, aliás, já estava em 2002, quando Durão Barroso chegou ao Governo. Espero que António Costa não estrague tanto como estragou António Guterres e José Sócrates”, afirmou.

Para o candidato às eleições internas do próximo sábado, é tempo de o eleitorado perceber que “não é preciso Portugal estar na bancarrota para o PSD ter um primeiro-ministro”, até porque esse partido “é o único capaz de fazer as reformas de que o país precisa e que António Costa não tem coragem de fazer”.

Na sua perspectiva, se “o Governo socialista está a pedir à sociedade a maior quantidade de recursos que alguma vez um governo pediu, mas não dá em troca o devido retorno, quer do ponto de vista das políticas sociais, quer do da dinamização económica”, só o PSD lhe pode suceder.

“O nosso partido é o único capaz de dar ao país o governo reformista e transformador que garanta um Estado mais eficiente, que preste melhores serviços públicos, com uma fiscalidade em que empresas, famílias e instituições não paguem tantos impostos, e que olhe para os jovens com políticas de atracção e retenção de talento”, argumentou.

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É a pensar também nas legislativas, portanto, que Luís Montenegro quer que os sociais-democratas participem nas directas do próximo sábado. Dos cerca de 100.000 militantes do PSD, só 45.000 estarão em condições efectivas de votar, mas isso não é, para o candidato, “motivo para dramatizar” a questão.

“No partido temos um regime que confere condições de capacidade eleitoral um bocadinho apertadas, mas o número actual de militantes aptos a votar está em linha com o de eleições directas anteriores e, se todos esses forem votar, vamos dar ao país um sinal de vitalidade política interna, de que sairá reforçado o novo líder e, por via dele, a nova direcção política do partido”, concluiu.

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