Portugal confirma mais dois casos de varíola-dos-macacos: são 39 pessoas infectadas

A Direcção-Geral da Saúde confirmou esta terça-feira à tarde, em comunicado, mais dois casos confirmados de infecção com o vírus monkeypox .

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Existem quase 200 casos confirmados deste vírus em países não endémicos Reuters/LUKAS BARTH

Portugal registou mais dois casos de varíola-dos-macacos (também conhecida como vírus monkeypox, ou VMPX). São agora 39 casos confirmados em Portugal, confirma a Direcção-geral da Saúde (DGS). A maioria das infecções está localizada na região de Lisboa e Vale do Tejo, mas desde ontem que existem casos também no Norte e no Algarve.

No comunicado enviado, a autoridade de saúde confirma também que os infectados são todos homens, tendo a maioria abaixo de 40 anos. Os casos confirmados estão estáveis e em ambulatório, mantendo-se com acompanhamento clínico, acrescenta a DGS.

Apesar de todas as pessoas infectadas em Portugal serem homens, isso não significa que a doença só afecta a população do sexo masculino. Existem casos suspeitos de mulheres, por exemplo em Espanha, e no anterior maior surto fora do continente africano, em 2003 nos EUA, a maioria das pessoas infectadas eram mulheres (25 em 47 casos).

Esta terça-feira, a Espanha confirmou mais 15 pessoas infectadas e o Reino Unido também anunciou mais 14 casos positivos, atingindo os 70 – é o país não endémico com mais infecções de VMPX em todo o mundo. Além deste caso, também os Emirados Árabes Unidos, Eslovénia e República Checa anunciaram as primeiras pessoas infectadas dentro das suas fronteiras.

Apesar do aumento de casos (são actualmente quase 200 nos países em que o vírus não é endémico) tanto a DGS como o Centro Europeu de Controlo de Doenças definem um baixo risco de transmissão para a população. O organismo europeu admite um risco moderado para pessoas com múltiplos parceiros sexuais.

Dinamarca e França avançam para a vacinação

As autoridades de saúde francesas recomendaram esta terça-feira o início da vacinação dos contactos de risco e dos profissionais de saúde expostos ao VMPX. A congénere francesa da DGS determina que deve existir uma estratégia de vacinação após a exposição, com a administração de vacinas de terceira geração até quatro dias após o contacto de risco. ​A administração, de acordo com a autoridade de saúde francesa, deve ser feita em duas doses (ou três se a pessoa for imunocomprometida) com um espaçamento temporal de 28 dias. ​

Ainda esta terça-feira, a Dinamarca anunciou a administração de vacinas em contactos de risco. O modelo seguirá o mesmo formato que na França: após o contacto de risco, deve ser administrada a vacina. Também neste caso, os responsáveis dinamarqueses definiram que a vacina a aplicar será a de terceira geração.

A directora-geral da saúde em Portugal, Graça Freitas, já confirmou que existe uma reserva de vacinas contra a varíola humana. No entanto, não existem informações sobre quantas estão disponíveis e se as mesmas podem ser administradas. Graça Freitas afirmou que está também a ser estudada a compra de vacinas da terceira geração.

Que vacina é esta? Só existe uma vacina de terceira geração, a MVA-BN/Imvanex, aprovada em 2013 pela Agência Europeia do Medicamento. Esta é a única vacina contra a varíola humana de terceira geração, aprovada para a prevenção da varíola humana e do VMPX. A vacina fabricada pela empresa dinamarquesa Bavarian Nordic não está disponível de forma generalizada, no entanto já vários países afirmaram a intenção de adquirir milhares de vacinas.

A Alemanha foi um dos países que também o fez, com o ministro da Saúde, Karl Lauterbach, a confirmar a encomenda de 40 mil doses de vacinas para utilizar “caso as infecções se disseminem”. Neste momento, existem cinco casos confirmados no país.

O Reino Unido foi o primeiro a tomar acções neste campo, dando vacinas aos profissionais de saúde e outras que tivessem sido expostas já na semana passada. Os Estados Unidos também indicaram esta segunda-feira, em conferência de imprensa, que estão a preparar a potencial administração de vacinas de terceira geração (apelidadas de Jynneos em território norte-americano).

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