Hospital São João não vai alterar nível de contingência. Idas às urgências diminuíram

Havia menos gente internada com covid na semana passada, mas uma maior afluência às urgências e cerca de 200 profissionais com covid que poderão, entretanto, ter voltado do isolamento, embora a nota não o refira.

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A afluência às urgências do Hospital de São João, no Porto, diminuiu durante o fim de semana Manuel Roberto

O Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto, decidiu esta segunda-feira não elevar o nível de contingência para a covid-19, mantendo-se no patamar 2 que pode implicar o alargamento de espaços de enfermaria, mas não a interrupção de actividade programada, como chegou a ser avançado como hipótese na semana passada.

“Será revista a necessidade [de mudar ou não de nível de contingência] durante a semana”, disse o CHUSJ em mensagem enviada às redacções.

Já contactada pela agência Lusa, fonte do CHUSJ confirmou que a manutenção do plano de contingência no nível 2 pode significar o alargamento de espaços, nomeadamente com abertura de novas enfermarias, mas não está em causa a suspensão de actividade programada (consultas e cirurgias), que, tal como referido na semana passada poderia mesmo levar ao cancelamento de até 20% destes actos.

No CHUSJ estão internados, nesta segunda-feira, 104 doentes com SARS-CoV-2, 11 dos quais em cuidados intensivos. Na semana passada, quando surgiu o alerta, estavam internadas com covid 80 pessoas.

A manutenção no nível de contingência actual é possível graças a “um elevado esforço de gestão e planeamento de camas e recursos humanos”, lê-se na nota do CHUSH. De acordo com a mesma fonte, a afluência aos serviços de urgência diminuiu durante o fim-de-semana. No entanto a taxa de positividade à covid-19 foi de 55% no sábado e 43% no domingo, nos doentes com queixas respiratórias.

Na quarta-feira, o director da Unidade Autónoma de Gestão de Urgência e Medicina Intensiva do CHUSJ, Nelson Pereira, avançou que estava a ser ponderada a activação do nível de contingência deste centro hospitalar.

“Estamos a chegar às 8h de cada dia sem nenhuma vaga no hospital”, disse Nelson Pereira. O responsável contou que o CHUSJ somava cerca de 200 profissionais infectados e aproveitou para exigir medidas “coerentes” à tutela.

“Não tenho dúvida nenhuma da necessidade de generalizar o acesso aos testes para que os serviços de urgência, que são neste momento o ponto mais fulcral desta pressão, possam ser aliviados. Enterrar a cabeça na areia não faz sentido”, referiu.

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