1. Não foi preciso muito tempo para emergirem as divisões no Ocidente político. Na superficialidade, a guerra na Ucrânia criou uma grande coesão euro-atlântica. Nos últimos meses, os EUA e os seus aliados da NATO pareciam estar todos em sintonia, mobilizados pelo perigo da invasão russa da Ucrânia, ocorrida em total desrespeito do Direito Internacional. Quanto à Turquia de Recep Tayyip Erdoğan, ganhava de novo a apreciação do Ocidente. Apoiava política e militarmente a Ucrânia. Fechava os estreitos do Bósforo e Dardanelos à marinha de guerra russa. Emergia como um mediador entre as partes em conflito. A sua actuação até parecia encaixar na retórica do Presidente norte-americano e de uma guerra das democracias contra os autoritarismos, cujo inimigo maior era a Rússia de Vladimir Putin. Só que nem a Turquia é uma democracia liberal-pluralista, nem é culturalmente ocidental sendo um país de tradições islâmicas sunitas, nem os seus interesses estratégicos são os mesmos da União Europeia e dos EUA, umas vezes coincidem, outras vezes não — e ultimamente não coincidem em muitas circunstâncias.
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