Costa manifesta apoio de Portugal à entrada da Roménia na livre circulação europeia

Depois da Roménia, António Costa desloca-se a um campo de refugiados em Varsóvia e depois visitará Kiev.

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António Costa está na Roménia Daniel Rocha

O primeiro-ministro manifestou nesta quinta-feira o apoio de Portugal à entrada da Roménia no espaço Schengen, de livre circulação europeia, e defendeu sinergias entre os dois países da execução dos respectivos planos de Recuperação e Resiliência (PRR).

Estas posições foram transmitidas por António Costa em conferência de imprensa, após ter estado reunido com o seu homólogo romeno, Nicolae Ciucâ, e os ministros da Defesa dos dois países terem assinado um acordo de cooperação militar, que revê e aprofunda um anterior acordo de 1995.

“Somos plenos apoiantes da adesão da Roménia ao espaço Schengen. Essa integração no espaço Schengen facilitará seguramente a circulação dos romenos em direcção a Portugal, dos romenos residente em Portugal na vida ao seu país e o intercâmbio entre os dois povos”, afirmou o líder do executivo português, numa declaração em que elogiou o papel desempenhado pela comunidade romena em Portugal.

António Costa disse depois que, durante as conversações com o primeiro-ministro da Roménia, foram identificados novos domínios de cooperação nas áreas económica e energia.

“As oportunidades que os PRR abrem aos dois países oferecem também oportunidades de trabalharmos em conjunto, explorando sinergias e, com isso, rentabilizarmos os apoios concedidos pela União Europeia”, sustentou o primeiro-ministro português.

Antes, o primeiro-ministro romeno tinha demonstrado interessado em explorar parcerias com Portugal na área das energias renováveis e apontou que os dois países têm “interesses em comum” no domínio do desenvolvimento de baterias.

Visita a missão da NATO

Ainda na Roménia e antes de partir para Varsóvia, onde se deslocará a um campo de refugiados ucranianos, António Costa visita o contingente militar português em missão da NATO.

“Na NATO somos só um e, portanto, a ameaça a qualquer um de nós é uma ameaça a todos nós. A nossa defesa começa precisamente aqui, na Roménia”, declarou António Costa aos jornalistas na quarta-feira à noite, quando chegou a Bucareste.

Acompanhado pela ministra da Defesa, Helena Carreiras, e pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Francisco André, o primeiro-ministro estará ao início da tarde na base militar da Caracal, onde estão desde 15 de Abril os 222 militares portugueses.

Este grupo é composto por atiradores de uma companhia de infantaria mecanizada e membros da equipa de operações especiais, que se juntarão a forças correspondentes do lado romeno.

O contingente foi ainda reforçado com um módulo de defesa antiaérea, estando equipado com mísseis Stinger. Dispõe de um módulo de conjunto de informações e outro de apoio, embora a preparação tenha sido feita em tempo reduzido, em virtude das circunstâncias da guerra na Ucrânia.

No início desta visita, António Costa estará acompanhado pelo Presidente da República da Roménia, Klaus Iohannis, e pelo primeiro-ministro deste país, Nicolae Ciucã.

O primeiro acordo entre Portugal e a Roménia ao nível militar foi assinado em 1995 e, entre outras consequências, traduziu-se na venda pela parte portuguesa de 17 aviões F-16 à Força Aérea romena.

Além das tropas nacionais na base de Caracal, no âmbito das relações bilaterais com a Roménia, Portugal contribui ainda com uma unidade de operações especiais, que se encontra na base militar de Târgu Mures, na Transilvânia. Uma unidade que tem prevista uma rotação entre os ramos da Marinha e do Exército e que é constituída por 20 militares, por um período de quatro meses e até um ano.

Ao final da tarde, António Costa parte para a capital polaca, onde terá um jantar com empresários portugueses.

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