Ainda há comandantes no interior de Azovstal, mas já se renderam quase mil soldados

Contas feitas pelo lado russo indicam que nas últimas 24 horas se terão rendido 694 soldados ucranianos em Azovstal.

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Saída de Azovstal começou na segunda-feira à noite EPA/ALESSANDRO GUERRA
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Filas de autocarros de militares que foram retirados Reuters/ALEXANDER ERMOCHENKO
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Imagens captadas através de drone Reuters/SOCIAL MEDIA
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Militares russos à espera, no exterior do complexo de Azovstal EPA/ALESSANDRO GUERRA

Depois de um “dia difícil”, mas necessário para “salvar a Ucrânia e o seu povo”, como disse Volodymyr Zelensky, continuaram as rendições em Azovstal. Só nas últimas 24 horas, de acordo com o Ministério da Defesa russo, ter-se-ão rendido 694 soldados ucranianos, 80 dos quais feridos. No total, desde segunda-feira, o número de soldados que deixaram o complexo industrial de Azovstal já estará perto dos mil (959 mais exactamente).

No entanto, os principais comandantes ucranianos ainda estão no interior da siderurgia e não se renderam, revelou o líder separatista de Donetsk, Denis Pushilin. “Eles não saíram” até agora, disse, citado pela agência de notícias DAN. O separatista acrescentou que será o tribunal a decidir o futuro dos soldados ucranianos que se renderam na fábrica.

Sobre a situação em Azovstal, Hanna Maliar, vice-ministra da Defesa da Ucrânia, garantiu à BBC que a operação de resgate dos combatentes ucranianos barricados só vai estar terminada quando estiverem todos em território controlado pela Ucrânia. “Ainda há muitas pessoas dentro da Azovstal e continuamos as negociações para as retirar de lá”, afirmou. Trata-se de uma operação delicada, continua, que poderá tornar-se perigosa.

Na noite de terça-feira, o destino dos soldados que se renderam na siderurgia de Azovstal ainda era incerto. Do lado russo, surgiu a possibilidade de serem julgados por crimes de guerra. Do lado ucraniano, fala-se numa troca de prisioneiros.

Hanna Maliar desvaloriza a possibilidade de serem julgados por crimes de guerra, acreditando tratar-se de “propaganda doméstica na Rússia”. “As negociações ainda estão a decorrer e temos esperança num resultado positivo.”

Enquanto não se sabe o destino destes militares, os seus familiares mostram-se preocupados. Anna, que tinha um irmão dentro da siderurgia, disse à BBC que “ainda há muita preocupação acerca da forma como vão ser tratados e se vão conseguir sobreviver até uma troca” ter lugar.

Oksana, mulher de um dos militares, mostrou-se também preocupada pelo facto de estarem a ser levados para territórios controlados pelos russos: “Estamos muito preocupados pelas coisas que lhes podem acontecer”.

De acordo com o ministério russo, os militares mataram 270 soldados ucranianos e “54 unidades de equipamento militar foram desactivadas” durante a noite. Além disso, terão sido abatidas duas aeronaves e 15 drones. Do lado ucraniano, ainda não há um número oficial. Esta informação não foi verificada de forma independente.

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