Vila Real celebra as Tascas da Nossa Terra, uma “verdadeira expedição na cultura local”

Um “património” de todas as aldeias, uma oportunidade para “desmistificar a ideia de tasca”, retirando-lhe “a conotação negativa que muitas vezes lhe é associada”. Uma rota para uma “verdadeira expedição na cultura local”, mote do Douro TGV, que decorre a 26 e 27 de Maio.

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“A ideia é debater o turismo, a gastronomia e o vinho associados às tascas" CM Vila Real

Vila Real vai lançar a rota Tascas da Nossa Terra para homenagear e divulgar este património tradicional, uma iniciativa que se insere no fórum Douro TGV - Turismo, Gastronomia e Vinho, foi esta quarta-feira anunciado pela autarquia.

Depois de dois anos de interregno por causa da pandemia de covid-19, o Douro TGV retoma a viagem, com paragem no centro histórico de Vila Real entre os dias 26 e 27, para promover “os motores da economia” desta região: o turismo, a gastronomia e os vinhos.

“A ideia é debater o turismo, a gastronomia e o vinho associados às tascas, aos estabelecimentos típicos do concelho”, afirmou à agência Lusa Nuno Augusto, presidente do Regia Douro Park - Parque de Ciência e Tecnologia, entidade organizadora do evento.

O responsável disse que o objectivo é homenagear estes estabelecimentos, alguns muito ancestrais e que vão sobrevivendo ao tempo, muito à custa da mão-de-obra familiar.

Por isso mesmo, Vila Real decidiu organizar a rota das tascas, que já reúne cerca de 30 destes estabelecimentos e vai ser lançada durante a 4.ª edição do Douro TGV.

“Associar as tascas a um produto de destino turístico. Vamos criar uma rota através da qual tanto os turistas, como o próprio local, possam aceder a uma listagem dos diversos estabelecimentos espalhados pelo município e o que os diferencia, quais são os pratos principais ou em que dias estão abertos, porque cada um deles tem a sua especificidade”, sustentou o presidente do Regia.

Este tipo de descoberta, acrescentou, pode fazer duma “viagem uma verdadeira expedição na cultura local”. O objectivo é “dar os primeiros passos que conduzam à definição de um passeio guiado pela cultura gastronómica local, apresentando a sua história e tradições, envolvendo um misto de história, costumes e sabor”.

“São dos estabelecimentos que mais se difundem no território, ao contrário dos restaurantes e outro tipo de estabelecimentos que se focam muito nos centros das cidades ou vilas, as tascas estão difundidas por quase todas as aldeias do território”, referiu.

Nuno Augusto disse que se pretende “desmistificar a ideia de tasca”, retirando-lhe “a conotação negativa que muitas vezes lhes é associada”. Salientou ainda que “urge falar acerca do impacto deste património diferenciador da região”.

Por isso, em debate estarão temas como a gastronomia das tascas, se o que ali se come pode ser encontrado em qualquer outro estabelecimento ou se ainda existe uma lógica de “quilómetro zero” nestes espaços, ou seja, se se continua a recorrer aos produtos locais.

Será também debatido o impacto dos diversos meios de comunicação social na promoção das tascas, se há vinho de tascas e se este deve ser potenciado, e, por fim, o turismo de tascas, o ir a locais que normalmente os moradores frequentam e que, muitas vezes, passam despercebidos a quem vem de fora.

Depois, no dia 27 decorre a 4.ª edição do concurso de vinhos Douro TGV e a mostra de vinhos e sabores, que contará com a participação de cerca de 80 produtores das regiões do Douro e de Trás-os-Montes. O evento realiza-se novamente no edifício do antigo governo civil. “O objectivo é levar o Regia ao centro histórico e criar, durante estes dois dias, um novo pólo de atracção para o centro e que possam dinamizar aquele espaço e o comércio”, referiu Nuno Augusto.

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