Volume de negócios da Sonae cresce 5,1% para valor recorde no primeiro trimestre

Resultado líquido da Sonae atingiu 42 milhões de euros. Vendas da MC cresceram 3,8%, para 1294 milhões de euros.

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Sonae, liderada por Cláudia Azevedo, revela resultados "em contexto desafiante" Nelson Garrido

Os negócios da Sonae registaram “um desempenho sólido e positivo, com um aumento de 5% em termos homólogos para 1,7 mil milhões de euros, o melhor primeiro trimestre de vendas da Sonae, com destaque para o desempenho da MC [distribuição alimentar] e da Zeitreel [moda]”, anunciou a empresa esta quarta-feira em comunicado.

Num trimestre que “começou com boas perspectivas, com a pandemia a entrar numa fase endémica”, mas que desde meados de Fevereiro, com o conflito na Ucrânia, “tem vindo a afectar a confiança do consumidor e a trazer alguns desafios adicionais aos negócios”, a rentabilidade cresceu.

Na informação enviada ao mercado, o grupo (proprietário do PÚBLICO), revela que a rentabilidade (EBITDA subjacente) melhorou 9,7% em termos homólogos, para 121 milhões de euros, “principalmente devido à recuperação do negócio de moda”, e o consolidado total (pelo método da equivalência patrimonial e mais-valias de transacções de portefólio) cresceu 17,2%, para 149 milhões de euros.

“Face ao forte desempenho operacional e ao sucesso na gestão do portefólio, o resultado líquido da Sonae (atribuível a accionistas) atingiu 42 milhões de euros”, que compara com um milhão de euros no primeiro trimestre de 2021.

O principal negócio do grupo, a MC, “apesar do contexto económico desafiante, do efeito desfavorável de calendário da Páscoa e de um comparável exigente”, registou um crescimento do volume de negócios em 3,8%, para 1294 milhões de euros. “As vendas online duplicaram face aos níveis pré-pandemia, atingindo 3,2% do volume de negócios total no primeiro trimestre de 2022 e situando-se num caminho de consolidação natural das taxas excepcionalmente altas dos últimos dois anos”, lê-se no comunicado divulgado no Site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Quanto à rentabilidade,” o desempenho positivo das vendas da MC contribuiu para uma melhoria de 1,5% do EBITDA subjacente, com uma margem estável de 8,4%, apesar de penalizada pela pressão adicional nos preços de inputs específicos, como a energia”.

A Worten registou uma redução do volume de negócios de 4,1%, para 261 milhões de euros, explicada pela contracção do mercado de electrónica em Portugal (após dois anos de crescimento devido ao impacto da pandemia), um inverno menos rigoroso que limitou a procura de categorias sazonais, e a reorganização da oferta em Espanha Continental, adianta a empresa. A rentabilidade (EBITDA subjacente) contraiu para 13 milhões (17 milhões no período homólogo), e a margem caiu de 6,4% para 5,1%.

Entre outros negócios, a Sierra, nos centros comerciais, triplicou o lucro, para 9,8 milhões de euros, e registou uma valorização de 5,1% dos activos, para 972 milhões de euros, e a Zeitreel, na moda, viu crescer as vendas em 57%, para níveis pré-pandemia, com rentabilidade positiva.

Ainda relativamente aos primeiros três meses do ano, a Sonae destaca a aquisição de uma participação adicional de 10% na Sierra por 83,5 milhões de euros passando a deter 90% da mesma, e na Bright Pixel a venda das suas participações na SafetyPay e ciValue, com um retorno de caixa total de cerca de 40 milhões. Já depois do fecho do trimestre, a Bright Pixel acordou com a Thales Europe a venda da totalidade do capital social e direitos de voto da Maxive, uma holding que agrega a S21sec e a Excellium.

Apesar da “incerteza”, Cláudia Azevedo, presidente executiva da Sonae, deixou uma mensagem de confiança: “Relativamente ao futuro, continuaremos focados em servir os nossos clientes em todos os mercados e em preparar o nosso portefólio de investimentos para o futuro. Independentemente da evolução da economia global e dos mercados financeiros, com o nosso grupo de negócios, a nossa sólida situação financeira e a competência das nossas equipas, estamos bem posicionados para atravessar este ciclo de incerteza, continuar a reforçar as nossas posições competitivas e aproveitar oportunidades que se nos apresentem”, lê-se no comunicado.

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