Liga Europa: por um título e por um lugar na elite

Eintracht Frankfurt e Glasgow Rangers disputam nesta quarta-feira, em Sevilha, a final da Liga Europa. Em causa está um troféu para o museu e a entrada directa na fase de grupos da Champions.

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O Ramón Sánchez Pizjuán será o palco da final da Liga Europa Reuters/MATTHEW CHILDS

Não deixa de ser bastante apropriado que a final da Liga Europa desta época decorra no Ramón Sánchez Pizjuán, casa do Sevilha, a equipa que mais vezes ganhou a prova (seis). Será na capital da Andaluzia que Eintracht Frankfurt e Glasgow Rangers irão defrontar-se pelo troféu do meio nas provas de clubes organizadas pela UEFA (20h, SIC). Mas não será apenas mais uma taça para o museu que está na mira do 11.º classificado da Bundesliga e do vice-campeão da Escócia. Como sempre acontece, o vencedor desta final terá lugar garantido na fase de grupos da Liga dos Campeões da próxima temporada, com estatuto de cabeça-de-série no sorteio.

Esta será uma final inédita na história do futebol europeu, mas não será a primeira vez que as duas equipas chegam a esta fase. O Eintracht venceu a competição em 1980, nos tempos em que ainda se chamava Taça UEFA, numa final totalmente alemã frente ao Borussia Mönchengladbach, para além de ter sido finalista vencido na Taça dos Campeões Europeus em 1960 — uma final cheia de golos, um 7-3 que deu o quinto título consecutivo ao Real Madrid.

Já o Rangers venceu a Taça das Taças em 1972, batendo na final o Dínamo de Moscovo — nessa época, deixou pelo caminho o Sporting, numa célebre eliminatória em que o árbitro se enganou nos regulamentos e os “leões” se apuraram num desempate por penáltis que nunca devia ter acontecido. O erro foi, porém, detectado e os escoceses passaram.

Essa foi a única vitória dos “protestantes” de Glasgow em provas europeias, com derrotas nas finais da Taça das Taças de 1961 (com a Fiorentina) e 1967 (Bayern Munique), e da Taça UEFA de 2009 (com o Zenit).

As calças da sorte

Não serão as duas equipas mais apelativas para ter numa final, mas o percurso que ambas trilharam para chegar até este ponto é um testemunho da qualidade de ambas. Com uma época abaixo das expectativas na Bundesliga, e sem qualquer vitória nas oito jornadas finais, a equipa na qual alinha o avançado português Gonçalo Paciência não perdeu qualquer jogo no seu percurso europeu, nem na fase de grupos, nem nas eliminatórias, nas quais deixou pelo caminho Betis de Sevilha, Barcelona e West Ham.

Menos limpo, mas com o mesmo resultado, foi o caminho do Rangers até à final. Depois de cair na terceira pré-eliminatória da Champions, teve de ultrapassar um play-off para chegar à Liga Europa, qualificando-se por um ponto na fase de grupos. Depois, abateu Borussia Dortmund, Estrela Vermelha, Sp. Braga (após prolongamento) e RB Leipzig.

Para esta final, o Eintracht tem uma “vantagem” sobre o Rangers, as calças da sorte do seu treinador, Oliver Glasner, que se pode tornar no segundo técnico austríaco a vencer uma competição continental depois de Ernst Happel. Foi com as mesmas calças azuis vestidas que Glasner venceu o Betis, o Barcelona e o West Ham, e ele não abdica delas para a final. “Tive de as mandar limpar”, confessou o treinador austríaco.

Perdida que foi a batalha habitual com o Celtic pelo título de campeão escocês, o Rangers olha para esta final como uma oportunidade para carimbar o seu regresso aos grandes palcos do futebol europeu, uma década depois de ter caído para a III divisão devido a problemas financeiros. O longo caminho de volta do Rangers já deu um título de campeão na época passada e pode agora dar um título europeu.

Contratado em Novembro passado para o lugar de Steven Gerrard, Giovanni van Bronckhorst já ganhou na Europa nos tempos de jogador e quer voltar a fazê-lo como treinador. “Vamos enfrentar um adversário forte, mas temos vindo a preparar-nos bem e estivemos em excelente nível frente a outras equipas alemãs”, assinalou.

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