Técnicos de manutenção da Portugália fazem greve às horas extraordinárias

Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves quer o fim dos cortes salariais ligados ao acordo de emergência, afirmando que a retoma da actividade aérea “acelerou para níveis muito semelhantes aos da pré-pandemia”.

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Sindicato diz vão chegar mais seis aeronaves, o que envolve trabalho extra Nuno Ferreira Santos

O Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (Sitema) comunicou esta terça-feira que os técnicos da companhia aérea Portugália “iniciaram uma greve ao trabalho extraordinário e deslocações em serviço, por tempo indeterminado”.

No comunicado emitido pelo sindicato presidido por Paulo Manso recorda-se que em 2020, no início da pandemia, se chegou a um acordo que incluiu uma redução dos salários dos trabalhadores, com duração até ao final de 2024, ligado ao plano de restruturação do grupo TAP (do qual a Portugália faz parte). Esse acordo de emergência (que foi assinado também com os outros sindicatos) substituiu os acordos colectivos de trabalho que estavam em vigor até essa data.

“No entanto, desde o início de 2022, a retoma da actividade aérea acelerou para níveis muito semelhantes aos da pré-pandemia, além de que o trabalho nunca chegou a diminuir na empresa, já que os aviões da PGA voaram mesmo na fase mais aguda da pandemia”.

“Na prática”, os técnicos de manutenção de aeronaves (TMA) da Portugália/PGA “sofreram cortes brutais nos seus vencimentos apesar de terem estado sempre com uma elevada carga de trabalho”, defende o Sitema. Este sindicato avançou também com uma greve a horas extraordinárias e a deslocações na TAP SA, em Julho do ano passado.

No comunicado, o Sitema recorda que está prevista “a chegada de mais seis aeronaves, as quais têm de ser preparadas para a entrada em operação na frota da companhia”. Os aviões, “que já deveriam ter chegado”, requerem trabalhos de manutenção que “vão exigir um esforço redobrado por parte dos TMA, nomeadamente no que diz respeito ao trabalho extraordinário”.

Assim, os representantes dos trabalhadores reclamam “a normalização das relações contratuais e respectivas retribuições de acordo com a normalização que se vive no mercado do transporte aéreo”. Em paralelo, o sindicato fala de um ambiente na empresa que engloba “situações graves de violação do direito à greve e coacção sobre os técnicos de manutenção”, afirmando que estas vão ser “denunciadas às autoridades competentes”.

A Portugália conta com 21 aeronaves (13 Embraer e oito ATR), vocacionadas para voos de médio curso, e presta serviços à TAP SA.

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